Manchetes dos jornais de domingo 29-09-2024

Edição de Chico Bruno
Manchetes dos jornais de domingo 29-09-2024
O ESTADO DE S.PAULO – Israel mata líder do Rezbollah, amplia ataques e entra em alerta
O GLOBO – Israel mata líder do Hezbollah e Irã ameaça ampliar guerra
FOLHA DE S.PAULO – Israel entra em estado de alerta após matar líder do Hezbollah
CORREIO BRAZILIENSE – Febre das apostas on-line põe escolas e pais em alerta
Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia
Líder morreu - Na manhã de sábado, veio a confirmação. Primeiro de Israel, com uma mensagem curta e direta de Nadav Shoshani, porta-voz militar, na rede social X: “Hassan Nasrallah está morto”. Depois, em um comunicado da própria milícia. “Que Allah conceda ao sr. Hassan Nasrallah, que Allah esteja satisfeito com ele, o mais alto prêmio divino, a Ordem do Imã Hussein, que a paz esteja com ele, cumprindo seus desejos mais preciosos e os mais altos níveis de fé e crença pura”, diz o texto, divulgado pela mídia do Hezbollah. Mas como mostraram outras mortes de líderes de grupos armados, a fim de Nasrallah não significará o fim do grupo — seu primo, Hashem Safieddine, é apontado como provável sucessor — tampouco o fim do conflito. Mas um evento crucial como o bombardeio de sexta-feira em Dahyeh deve ter repercussões amplas e ainda incertas. A principal delas diz respeito ao Irã. Principal apoiador do Hezbollah, o regime em Teerã não tem dado sinais de que queira se envolver em uma guerra ampla, mas segue usando suas forças aliadas, incluindo milícias no Iraque, Iêmen e Síria, para desferir ações pontuais contra os israelenses. Contudo, caso a morte de Nasrallah leve a um enfraquecimento das posições militares do Hezbollah, o cálculo pode mudar: afinal, o grupo é considerado a primeira linha de defesa do Irã contra Israel. O Estado judeu aumentou ainda mais seu alerta militar, restringiu concentração de pessoas no centro e no norte do país e sofreu golpes pontuais ao longo deste sábado (28).
Estado de alerta - A preocupação das autoridades com o aumento das apostas nas chamadas bets, com impactos sociais e econômicos, vai provocar mudanças na legislação nas próximas semanas. A chamada “epidemia” das bets tem impactado também os estudantes, crianças e adolescentes, que estão gastando dinheiro — deles mesmos ou dos pais — com os sites e apps, antes e depois das aulas, já que tanto a rede pública quanto a particular proíbem o uso de celulares no horário escolar. O Correio ouviu jovens que confirmaram que esses jogos viraram uma fonte de “diversão”. Especialistas alertam para os riscos psicológicos e financeiros. Secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá afirmou que orientará os colégios a serem rigorosos com o veto a smartphones nas salas de aula. “O vício nesses jogos interfere na aprendizagem e retira dos alunos a capacidade de socialização”, avaliou.
SP: debate morno e ataque à atual gestão - O debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, realizado ontem pela Record TV, foi marcado por confrontos mornos diretos e indiretos à atual gestão da cidade. Os candidatos Guilherme Boulos (PSol), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB), por vezes, isolaram Pablo Marçal (PRTB), evitando bate-boca entre os participantes. O momento de maior tensão ocorreu no primeiro bloco, quando Nunes e Marçal trocaram acusações. O candidato do PRTB perguntou ao atual prefeito de São Paulo quais erros ele havia cometido durante o mandato. Nunes esquivou-se e o influencer aproveitou para criticar o emedebista. Em réplica, Nunes disse que “quem fugiu da polícia” foi o candidato do PRTB. “Fugiu pela sua condenação de ter integrado uma das maiores quadrilhas deste país, para poder roubar dinheiro de pessoas humildes pela internet. Quem foi preso foi você, a minha vida é limpa, eu nunca tive indiciamento, nenhuma condenação, e não terei".
Mesmo com Lula, PT perde força até no Nordeste - O Partido dos Trabalhadores viu, nas duas últimas décadas, uma diminuição drástica no número de prefeituras comandadas pela sigla. Em 2004, levou 411 prefeituras, sendo nove capitais. Já em 2020, esse número diminuiu para 183, sem nenhuma capital. Este ano, segundo as pesquisas, o PT tem chance de eleger prefeitos em quatro capitais, mas a tendência é de derrota. Até mesmo no Nordeste, onde Luiz Inácio Lula da Silva foi campeão nas eleições de 2022 em todos os estados, o partido não aparece em primeiro lugar em nenhuma capital. Em Teresina (PI), cidade dada como certa de uma vitória petista, o candidato da sigla, Fábio Novo, figura em segundo lugar, com 40%, contra 44% de Silvio Mendes (União).
Crise climática está distante das urnas - A uma semana da eleição municipal, está evidente que a crise climática teve baixíssimo apelo para o eleitorado e no debate entre os candidatos, ao menos nas principais capitais do país. Em São Paulo, uma das cidades que ficaram cobertas por fumaça espessa em razão das queimadas, o percentual de eleitores muito preocupados com a emergência climática é ínfimo. Segundo pesquisa Datafolha realizada no fim de agosto, apenas 3% dos paulistanos veem como prioridade combater as enchentes — e somente 1% exige providências para as mudanças climáticas. No Rio de Janeiro, o cenário é semelhante. O mesmo Datafolha indica que apenas 4% dos eleitores avaliam que o futuro prefeito deve dar prioridade às enchentes. Segurança, saúde e educação lideram as preocupações de quem irá às urnas no próximo domingo. Em Porto Alegre, capital do estado devastado pelas enchentes em maio, um dos pontos mencionados na campanha eleitoral é o reforço do sistema contra cheias e a recriação do Departamento de Esgotos Pluviais, desativado em 2017. Em suma, a crise ambiental afeta cada dia mais o cotidiano do eleitor, mas permanece distante das urnas.
A última de Marçal - Um estudo divulgado pelo Instituto Democracia em Xeque (DX) conclui que a estratégia digital de Pablo Marçal traz novos riscos à democracia. Com as contas nas redes sociais suspensas desde agosto, o candidato à prefeitura paulistana mantém a hegemonia na internet graças à “indústria dos cortes” e à premiação aos seguidores que postam conteúdo sobre o ex-coach. Essa estratégia constitui, segundo o DX, um item adicional no rol de ameaças que as redes sociais sem regulamentação representam para o processo político. “Nesse novo paradigma, o pleito é visto como uma oportunidade de sequestrar a economia da atenção das plataformas digitais para promover uma pirâmide financeira baseada em trabalho precarizado e aliciamento de eleitores que pode ser considerada ilegal de acordo com a legislação eleitoral”, alerta o relatório. Sobre sua atuação nas redes sociais, a campanha de Pablo Marçal tem dito que atua dentro das regras do TSE. E que interrompeu os pagamentos a seguidores.
'Cenário de pesadelo' assombra PT - A simples possibilidade de Guilherme Boulos (PSOL) não ir ao segundo turno na eleição para prefeito de São Paulo, embora considerada remota, tem provocado calafrios no PT, pelas consequências negativas que teria. Um eventual vexame seria uma das maiores derrotas políticas da longa carreira de Lula, que investiu todo o seu capital político na aliança e sofreria um baque rumo à eleição de 2026. Já Boulos perderia muita força como representante da renovação da esquerda pós-lulista. No PT, este cenário levaria a um duro debate interno sobre a decisão de abrir mão da cabeça de chapa na maior cidade do país. Novos gestos neste sentido em eleições futuras enfrentariam dificuldades. Na campanha de Boulos, a avaliação predominante é que a esquerda tem força para chegar ao segundo turno e que o voto nele é o mais consolidado da atual corrida. Mas a resiliência de Marçal, mesmo após o episódio em que um assessor agrediu o marqueteiro de Ricardo Nunes, impressiona os aliados do psolista, o que gera preocupação.
Eleitores de Lula rejeitam voto automático em Boulos - O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que concorre à Prefeitura de São Paulo com apoio do PT, tem dificuldade de converter os votos de quem escolheu Lula nas eleições presidenciais de 2022. Os motivos vão de desconhecimento do passado do candidato a frustração com o governo federal. O que as pesquisas mostram —Boulos tem 49% das intenções entre quem diz ter votado em Lula, segundo o Datafolha— fica claro também durante agendas do candidato na periferia da capital. Ouvidos pela Folha, eleitores petistas ou que escolheram Lula rejeitam voto automático no candidato do PSOL. Dizem que precisam conhecer melhor a história do ex-coordenador do MTST (movimento de moradia) ou que estão analisando o comportamento dele ao longo da campanha.
‘Crime quer formular leis, e Justiça tem que dar respostas imediatas’ - A uma semana do primeiro turno, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, diz que a tentativa do crime organizado de influenciar e se infiltrar nas eleições municipais é “bastante grave” e “não pode ser subestimada”. Segundo ela, a Justiça tem coordenado um cruzamento de dados para monitorar o tema. Em entrevista ao GLOBO, a ministra defende que o Estado “deve agir de forma a reduzir a violência” na política e que candidatos envolvidos em pugilatos durante debates devem ser punidos. “Como pode alguém que se apresenta de forma agressiva ser um pacificador quando assumir o cargo?”, questiona ela. “A democracia exige vigilância permanente”, reforça.
Campo minado no coração da Amazônia - Já passava das 9h quando a caminhonete blindada preta virou a esquina da Rua Canela, no bairro Jorge Teixeira, zona leste de Manaus (AM). Depois de abrir caminho pelo emaranhado de casas de tijolos, o carro parou no final da via e o candidato a prefeito Amom Mandel (Cidadania) desembarcou, acompanhado por uma pequena comitiva - um motorista, um cinegrafista e assistentes. O objetivo da visita era gravar um programa eleitoral em um buraco de mais de um metro de profundidade na calçada: na peça, Mandel sairia da cratera, em referência ao personagem de Super Mario, para denunciar "a negligência da prefeitura com a população local". Em cinco minutos, porém, a gravação foi interrompida por uma saraivada de fogos de artifício. Então um homem com um rádio na cintura se aproximou e gritou para o próprio Amom: "Você não pode fazer campanha aqui, apenas nosso candidato. Desligue tudo e saia. Agora." A presença conspícua do crime organizado na capital amazonense também já constrangeu o alvo do vídeo de Mandel. No final de agosto, o prefeito David Almeida (Avante), que concorre à reeleição, denunciou a uma emissora local que havia sido ameaçado por um traficante enquanto gravava para seu horário política no complexo residencial Viver Melhor, na zona norte — o maior empreendimento do programa Minha Casa Minha Vida no país, onde vivem cerca de 55 mil pessoas. "Recebi um comunicado que a pessoa que estava mandando na área disse que ninguém faria campanha lá", disse ele. "Em Manaus, o campo é um campo minado: cada lugar tem um dono, que determina quem pode ou não falar com o eleitor", resumiu Amom Mandel durante uma caminhada acompanhada pelo GLOBO no início de setembro na Comunidade União da Vitória, na Zona Oeste.
Debate eleitoral em Goiânia, volta-se para rusga entre Bolsonaro e Caiado - Debate eleitoral em Goiânia se intensifica com rusga entre Bolsonaro e Caiado. Sandro Mabel (União), apoiado por Caiado, lidera pesquisa em empate técnico com Adriana Accorsi (PT). Segurança e trânsito são temas-chave. Caiado e Bolsonaro em lados opostos, influenciando disputa. Candidatos focam em propostas para criminalidade e mobilidade urbana.