Manchetes de domingo 8 de maio de 2022 

Notícias de domingo dos maiores jornais de circulação nacional

Manchetes de domingo 8 de maio de 2022 

Edição de Chico Bruno  

Manchetes de domingo 8 de maio de 2022  

Valor Econômico – Não circula hoje

 

FOLHA DE S.PAULO – Lula exalta o passado e defende união ao lançar candidatura

 

O ESTADO DE S.PAULO – Roubos crescem mais em áreas centrais e bairros nobres de SP

 

O GLOBO – O futuro que já começou

 

CORREIO BRAZILIENSE – Oito em cada 10 mulheres têm jornada dupla de trabalho

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Festança pelo retorno - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pregou o resgate da soberania nacional, defendeu a Petrobras e repisou falas em prol da criação de empregos e do combate à fome ao lançar neste sábado (7) sua pré-candidatura à Presidência da República em chapa com Geraldo Alckmin (PSB) de vice. Com diagnóstico de Covid-19 recebido nesta sexta-feira (6), Alckmin não compareceu pessoalmente e participou por meio de vídeo ao vivo, exibido em um telão do evento, no Expo Center Norte, centro de convenções na zona norte da capital paulista. Lula e Alckmin pregaram a união em seus discursos e buscaram se contrapor ao principal adversário na disputa, Jair Bolsonaro (PL). No ato, foi apresentada uma regravação do jingle da campanha de Lula em 1989, o do refrão "Lula lá, brilha uma estrela", misturando artistas de diferentes gerações. 

 

Os mais afetados pelo crime - Com o retorno em massa às atividades presenciais, os roubos cresceram mais nas áreas centrais e bairros nobres da capital paulista no 1º trimestre. Os bairros mais afetados são Campos Elísios, Consolação, Itaim Bibi e Pinheiros. Nesses pontos, o registro do crime mais do que dobrou ante o primeiro trimestre de 2021. Os ladrões agem de formas variadas, como em gangues de bicicleta ou falsos entregadores. A polícia investiga ainda a participação do crime organizado em roubos de celulares. Já os furtos são mais disseminados. Dos 93 distritos, houve crescimento em 89.

 

Tecnologia do metaverso - Principal aposta das gigantes de tecnologia do planeta, o chamado metaverso promete integrar plataformas e mídias digitais ao mundo real, configurando uma nova fronteira da internet. Esse futuro já é realidade em mais de 130 negócios brasileiros - a metade deles start-ups - donos de soluções que possibilitam eliminar a barreira entre o físico e o digital. Esse mercado pode alcançar US$ 13 trilhões no mundo até 2030.  

 

Trabalho dobrado - As mães brasileiras precisam se desdobrar para dar conta da carga de atribuições ao conciliar as atividades profissionais com o serviço doméstico. Pesquisa mostra que 85% delas enfrentam esse peso — muitas são chefes de família e não têm o suporte masculino. Para mais da metade das mulheres, essa rotina impacta negativamente o rendimento e o desenvolvimento no trabalho. Elas também relatam preconceito relacionado à licença-maternidade. Servidora do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Bruna Souza Moreira, 32 anos, mãe de Martin, 3, e Benjamin, 1, afirma que a sua percepção de machismo ficou mais nítida depois que os filhos nasceram. “É como se eu sentisse na pele a diferença gritante entre homens e mulheres no mercado”, diz.

 

Culinária política: “lula com chuchu” - Impossibilitado de participar presencialmente por ter contraído covid-19, o ex-governa dor paulista Geraldo Alckmin (PSB), vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva, fez um discurso que ao mesmo tempo que foi considerado incisivo, teve um inesperado toque de bom humor. Propôs que, em outubro, o eleitorado arrisque provar uma inovação gastronômica: o prato “lula com chuchu”. “Mesmo que muitos discordem da sua opinião de que lula é um prato que cai bem com chuchu, que acredito venha ainda a se tornar um hit da culinária brasileira”, brincou Alckmin, fazendo ironia com o apelido que recebeu do petista de “picolé de chuchu” devido ao estilo pouco descontraído do ex-governador paulista de fazer política.

 

No Sul, exaltação às armas - Em mais um aceno ao eleitorado cativo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a enfatizar, ontem, a necessidade de a população andar armada. No discurso que fez na 23ª Feira Nacional da Soja, em Santa Rosa (RS), disse que seu governo “fica muito feliz quando cidadãos de bem compram armas”. Ele também fez afagos ao agronegócio ao criticar o Movimento Sem-Terra (MST) e lembrar que as titulações de áreas rurais feitas em sua gestão “trazem as pessoas humildes do campo que, outrora, integravam o MST para o nosso lado”. “Sempre digo que povo armado jamais será escravizado. Esse governo não teme, muito pelo contrário, fica muito feliz quando cidadãos de bem e responsáveis compram uma arma de fogo”, exortou. No mesmo discurso, voltou a negar que exista corrupção em seu governo — “acusam, mas nada provam”. No único momento em que falou sobre economia, voltou a criticar a Petrobras, dizendo que o “Brasil não aguenta mais um reajuste” dos preços dos combustíveis. “Temos redutos em nosso governo que sabem que o país não aguenta mais um reajuste de combustível de uma empresa que fatura dezenas de bilhões de reais por ano às custas do nosso povo”, acusou. Mas, entre janeiro de 2019 (início do governo Bolsonaro) e março passado, a Petrobras injetou nos cofres federais R$ 447 bilhões, considerando, além dos dividendos, os impostos e os royalties pagos — segundo relatórios fiscais da companhia. Nesse período, o lucro líquido foi de R$ 200 bilhões. Se a conta considerar o faturamento (R$ 1,16 trilhão), o valor transferido à União corresponde a 38,5% do total. 

 

Costumes ficam em 2º plano - O discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), ontem, em São Paulo, no evento que marcou o lnçamento da pré-candidatura da frente de parti dos de esquerda e centro-esquerda às eleições presidenciais, deixou evidente que os adversários vão explorar o principal flanco exposto do presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). Dar centralidade às dificuldades econômicas do país e, em particular, da população que sofre com a inflação e o desemprego, é passo calculado e estratégia já adotada pelos pré-candidatos João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT). Com Lula, fecha-se o cerco de isolamento da chamada pauta de costumes, que envolvem questões ligadas à sexualidade, à família e à religião — temas como o suposto avanço ou retorno do comunismo, facilitado por uma pauta “globalista”, também se inserem nesse pacote. A estratégia tem o objetivo de deixar o debate sobre temas pouco concretos circunscrito a Bolsonaro e seus seguidores mais fiéis na internet. A estratégia de chamar para o centro do ringue as questões relacionadas diretamente ao bolso do cidadão-contribuinte-eleitor foi primeiramente adotada pela pré-campanha de Doria, que a expôs na propaganda partidária. “A economia é o que se coloca como questão princi pal sobre a vida dos brasileiros.

 

União de reclamações - A turma que seguiu para o União Brasil com promessas de financiamento da campanha eleitoral formou um muro de lamentações, esta semana, no plenário da Câmara. Nas conversas paralelas, os parlamentares do partido diziam que o vice-presidente Antônio Rueda simplesmente não atende as ligações dos deputados e se esquiva quando perguntado sobre os recursos, sob a guarda da irmã dele, Maria Emília, tesoureira da legenda com mais recursos de fundo partidário e eleitoral. A ansiedade está grande porque a campanha já entrou na agenda das excelências e é preciso montar estrutura. Muitos acham que quem já tem dinheiro e comitê de pé vai tomar eleitor de quem ainda não obteve os recursos da agremiação. Só tem um probleminha: nenhum partido tem condições de abrir o cofre eleitoral agora. É possível repassar verbas apenas depois da conta de campanha aberta, o que só pode ocorrer no período oficial pré-eleitoral. Até lá, Rueda continuará dando várias desculpas às excelências.

 

Escondidinho de crise - Daqui até a eleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) dedicará grande parte de seu discurso a temas que não conversem diretamente com a crise econômica — caso da auditoria das urnas eletrônicas e o do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), por exemplo. Até agora, conseguiu. Foram dias de discussão sobre a graça concedida ao parlamentar, com os problemas na economia em segundo plano. A esperança dos estrategistas do presidente é que continue assim.

 

Pegada gospel - A nova versão de Sem Medo de Ser Feliz, jingle da campanha de Lula, de 1989, lançada no evento de confirmação da pré-candidatura, foi vista por evangélicos ligados ao PT como na medida certa para levar os fiéis a, pelo menos, prestar atenção no petista. Até aqui, Bolsonaro reina nesse segmento. Por falar em “pegada”. O PT acredita que o evento em São Paulo colocou o tom certo no discurso de Lula: comparar o que o brasileiro tinha acesso no governo petista, em termos econômicos, e o que tem hoje. Agora, será colocar essa narrativa no improviso, sem deslizes. A fala de ontem foi escrita. E tudo foi pensado para deixar o ato sem erros que pudessem levar a explicações ou desculpas.

 

Alckmin vai vender produto testado - Em 2004, quando estava na chefia do Executivo paulista, Alckmin patrocinou uma lei das PPPs que incluiu a criação da CPP (Companhia Paulista de Parcerias), uma espécie de fundo garantidor para as empresas privadas que participassem de projetos do estado. Com regras mais flexíveis e maior liberdade para levantar recursos no mercado, independentemente do Tesouro estadual, a CPP passou a servir como um mecanismo para dar credibilidade aos investidores de que não levariam calote nos projetos em que embarcassem, sobretudo na área de infraestrutura. A ideia, já discutida com o próprio Alckmin, é que ele defenda esse modelo nacionalmente na campanha, usando como chamariz os bons resultados obtidos em São Paulo. Seria uma alternativa para estimular os investimentos no Brasil num momento em que a capacidade orçamentária do setor público é restrita.

 

Bolsonaro promete respeitar lista tríplice do STF - O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem dito a aliados que respeitará a lista tríplice elaborada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para o próximo indicado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Embora não tenha proximidade com nenhum dos escolhidos dos ministros, ele tem sido aconselhado a não ampliar o desgaste com a Corte. Bolsonaro não terá pressa, no entanto, para fazer a nomeação. Diz que levará o tempo necessário para avaliar os indicados e pretende anunciar o escolhido até as eleições. Quem conversou com o presidente sobre o assunto relata que ele está disposto a escolher alguém que não reze pela cartilha do bolsonarismo. Tem dito que aceita perder "nas quatro linhas", mas quer se blindar de sofrer "sacanagens".

 

Bolsonaristas atacam institutos para desacreditar pesquisas - Com o objetivo de deslegitimar pesquisas de opinião que mostram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança, grupos bolsonaristas no WhatsApp, Telegram e canais no YouTube estão recorrendo a enquetes enviesadas, pseudopesquisas e ataques contra o Datafolha e o Ipespe.

 

Segundo levantamento do NetLab, laboratório de pesquisas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e da consultoria de análise de dados Novelo Data, políticos e canais bolsonaristas têm compartilhado resultados de enquetes pela internet como se fossem pesquisas de opinião fidedignas, deslegitimando institutos estabelecidos e promovido o chamado "Datapovo" —fotos e vídeos de aglomerações que comprovariam a popularidade do presidente Jair Bolsonaro (PL). "O objetivo é passar à base bolsonarista um cenário em que, ao contrário do apontado pelas principais pesquisas eleitorais, Bolsonaro está em larga vantagem à frente a Lula", diz Guilherme Felitti, sócio da Novelo Data.

 

Obras públicas impulsionam candidatura de filha de Cunha - Um grupo de homens vestidos com um uniforme azul trabalha na concretagem de uma rua em uma comunidade no Rio de Janeiro. Nas camisas, aparecem os dizeres "Equipe Dani Cunha", em referência à publicitária Danielle Cunha, filha do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PTB) e pré-candidata a deputada federal pela União Brasil. A cena se repetiu em ao menos três favelas em Costa Barros, na zona norte, e em outra na Vila Kennedy, na zona oeste, entre março e abril. As obras eram públicas —tiveram o material custeado pelo estado. No último mês, a Folha questionou, via Lei de Acesso à Informação, se a Cehab (Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro) havia pavimentado em março uma das ruas que aparecem nas fotos. O órgão confirmou a realização da obra e informou o nome da construtora responsável pelo fornecimento do concreto.O material foi entregue pela empresa Concreto Belford Roxo, que tem como sócia Roberta Monteiro, mulher de um dos aliados de Danielle, Clébson Guilherme Monteiro. Ele chegou a divulgar pré-candidatura a deputado estadual pelo Podemos, e publicou fotos com a filha de Cunha. Também no mês de março, anunciou uma parceria com ela.

 

Bolsonaro derruba investimento em infraestrutura e afugenta estrangeiros - Bilhões em obras públicas ancoradas em emendas do relator na Câmara, sem nenhuma transparência ou racionalidade. Áreas técnicas de agências reguladoras ocupadas por indicações políticas do governo e de sua base de apoio, referendadas pelo Senado. Piora ininterrupta dos indicadores de degradação ambiental na Amazônia, com declarado apoio de ministros e do presidente Jair Bolsonaro (PL). Essas são algumas das questões que passaram a ser citadas por investidores em reuniões em que avaliam a intenção de colocar dinheiro em projetos de longo prazo no Brasil. Destaque para os que atuam em infraestrutura e concessões, que pressupõem relacionamento com o poder público. Segundo Claudio Frischtak, sócio e gestor da Inter B Consultoria Internacional de Negócios, especializada na área, esses itens agora se somam a antigos problemas que já estavam na mesa e não foram resolvidos: insegurança jurídica, tributação elevada e caótica, limitações de crédito, além dos riscos cambial e fiscal. "Nos últimos três anos, o Brasil sofreu destruição reputacional no exterior por não conseguir acompanhar a mudança de mentalidade que está ocorrendo nos negócios", afirma ele. "Empresas, fundos de investimento e de pensão, importantes investidores de longo prazo, estão incluindo o meio ambiente na análise de retorno do investimento. Quem insiste em ignorar isso vive em outro planeta."

 

Governo amplia uso de sigilo para barrar acesso à informação - Passava das 19h do dia 15 de maio de 2012 quando o primeiro pedido de informação entrou no sistema eletrônico que o governo federal tinha acabado de pôr em atividade para atender à Lei de Acesso à Informação (LAI), que entraria em vigor no dia seguinte. Dez anos depois, já foram apresentados mais de um milhão de pedidos. Boa parte deles aparece registrada como atendida. Mas os dados oficiais mostram que, ao longo de uma década, aumentou o porcentual de demandas negadas sob alegação de que as informações precisam ser mantidas em segredo. “Gostaria de confirmar a informação do presidente Jair Bolsonaro de que o ministro Bento Albuquerque é um dos ministros que contraíram a covid-19 e se tratou com hidroxicloroquina”, escreveu um cidadão em pedido ao Ministério de Minas e Energia (MME) em agosto de 2020. Teve um não como resposta. A pasta alegou que a informação era de caráter pessoal e, por esse motivo, ficaria em sigilo por cem anos. Esse pedido se junta a casos notórios em que a proteção da informação durará um século sob alegação de que é da esfera da vida privada de autoridades. Foi o que ocorreu com o processo administrativo que apurou a participação do general Eduardo Pazuello em ato político ou ainda para o cartão de vacinação do presidente da República. Para além dos exemplos mais explícitos, os dados indicam um movimento contrário à transparência em parte da Esplanada. Levantamento feito pelo Estadão mostra que, entre janeiro de 2019 e dezembro de 2021, no governo Jair Bolsonaro (PL), 26,5% dos pedidos rejeitados tiveram como justificativa a necessidade de sigilo da informação. Essa taxa é duas vezes a registrada na gestão da petista Dilma Rousseff e quatro pontos porcentuais maior do que a do governo Michel Temer (MDB). “Nos últimos quatro anos, a Lei de Acesso ficou em risco permanente”, disse a gerente de projetos da Transparência Brasil, Marina Atoji. “A atual gestão faz movimentos contrários à transparência, o que influencia toda a cultura do serviço público”, completou a diretora da agência Fiquem Sabendo, Maria Vitória Ramos.

 

Forças viam ‘risco’ em divulgar dados sobre urnas - As Forças Armadas justificaram que os questionamentos e sugestões sobre as urnas eletrônicas, enviados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), põem “em risco” a segurança das instituições. Por isso, segundo os militares, o conteúdo foi colocado em segredo por cinco anos, classificado como “reservado”. Agora, o Ministério da Defesa pede que tudo seja divulgado, como deseja o presidente Jair Bolsonaro. O Estadão teve acesso ao documento, chamado de “termo de classificação de informação”, no qual consta a justificativa de sigilo. Ele foi assinado pelo general de Divisão Heber Garcia Portella, do Comando de Defesa Cibernética. O grau de reserva sobre os papéis segue o prazo da Lei de Acesso à Informação. Portella enviou o documento à Corte no dia 22 de abril. Ele é o representante das Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições (CTE), a convite do tribunal. Reporta sua atuação diretamente ao ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. O sigilo foi imposto a sete propostas dos militares para alterar o modo de funcionamento do sistema eleitoral. Apesar de os próprios oficiais terem solicitado o segredo das informações, o Ministério da Defesa pediu ao presidente do TSE, Edson Fachin, que promovesse ampla divulgação das sugestões dos militares para as eleições de outubro, “haja vista o amplo interesse público em tal questão”. O pedido do ministro da Defesa está em linha com a ofensiva do presidente Jair Bolsonaro, que levanta suspeição sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas e defende uma contagem paralela de votos, controlada pelas Forças Armadas. Fachin autorizou na sexta-feira, dia 6, o Ministério da Defesa a divulgar os documentos com os questionamentos ao processo eleitoral. O presidente do TSE, porém, cobrou esclarecimentos, porque inicialmente o próprio representante das Forças Armadas classificou o ofício como “reservado”.

 

Governo Bolsonaro gasta R$ 4,2 milhões com cartão corporativo em 35 dias - O governo Bolsonaro segue sem fazer economias com os cartões corporativos ligados à Presidência da República.  Um novo levantamento feito pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) junto ao Portal da Transparência mostra que, nos últimos 35 dias, foram gastos R$ 4.208.870,16 com os cartões. O valor é pouco menor do que o registrado entre janeiro e março, que foi de mais de R$ 4.6 milhões. — A conta do primeiro trimestre já era alta, mas a situação piorou. O presidente Bolsonaro continua mantendo os gastos em sigilo, contrariando o discurso que fez durante todo o tempo que foi deputado. Quem não deve não teme — afirma Elias Vaz. Do total gasto entre 1º de abril e 5 de maio, R$ 2.894.851,20 são referentes a despesas da Secretaria Especial de Administração da Presidência da República. Já a conta do cartão ligado à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi de R$ 933.789,24 e a do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de R$ 380.229,72.  Elias Vaz relatou à coluna que fará uma representação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para pedir a investigação dos gastos. Ele alega que “há evidências de que Bolsonaro está fazendo campanha de forma irregular, antes do prazo legal, e, para piorar, com dinheiro público”.  — Quem está pagando pelas motociatas em vários estados do país é o cidadão — diz o parlamentar. Em abril, Bolsonaro participou de motociatas em Goiás, em São Paulo Minas Gerais.

 

STF decidirá até onde pode ir contra ‘big techs’ - O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar na próxima semana um processo que vai definir se as grandes empresas de tecnologia estrangeiras, como Google, Facebook e Twitter, são obrigadas a cumprir determinações judiciais para abrir dados sigilosos de seus usuários. A ação pode limitar o poder de magistrados e tem potencial de expor a própria Corte, que em mais de uma ocasião já expediu ordens contra as plataformas. Previsto para ser analisado na quinta-feira, o caso discute a constitucionalidade dos Acordos de Assistência Legal Mútua, o MLAT. Esse instrumento funciona com uma espécie de tratado internacional e, na prática, garante às empresas prazos mais extensos para acatar determinações, como a entrega de nomes e perfis de seus internautas. O resultado do julgamento pode causar problemas ao STF, sobretudo ao ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos como o das fake news e o que investiga a suposta atuação de uma milícia digital conservadora. Nessas investigações, o magistrado expediu ordens expressas endereçadas às chamadas big techs. Numa delas, ele exigiu o bloqueio de perfis na redes sociais mantidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Noutra, determinou a desmonetização de canais no YouTube e, em julho de 2021, chegou a aplicar uma multa milionária ao Facebook, caso sua decisão de bloqueio fosse descumprida. Reservadamente, os próprios ministros consideram o julgamento delicado para a Corte. Se o tribunal reconhecer a validade do acordo internacional, as empresas poderão contar com prazos mais generosos para remeter informações, o que pode atrasar investigações em andamento. A questão chegou ao Supremo por meio de uma ação proposta pela Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro). 

 

Desunida, terceira via enfrenta impasses regionais - Ainda distante de uma definição sobre como disputará as eleições deste ano, a chamada terceira via tem alianças políticas emperradas nos estados. Com baixa intenção de voto nas pesquisas de opinião, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) veem candidatos a governador de seus partidos nos estados inclinados a apoiar o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao mesmo tempo, o pacto dos partidos de centro por uma candidatura única se tornou ainda mais incerto após o União Brasil desembarcar e decidir lançar uma chapa pura com Luciano Bivar, que preside a sigla. Como Lula e Bolsonaro estão na primeira e segunda posições nas pesquisas, os candidatos a governador e deputados procuram se associar aos dois por estratégia eleitoral de sobrevivência. Simone e Ciro farão campanha no Nordeste ao lado de correligionários que também vão pedir votos para o líder petista. Os pré-candidatos do MDB a governador Paulo Dantas, em Alagoas, e Veneziano Vital do Rêgo, na Paraíba, não disfarçam sua simpatia pelo ex-presidente e até publicaram fotos em agendas conjuntas. No PSDB, Doria deve ficar sem um palanque exclusivo em dois dos três maiores estados do país. Em Minas, os tucanos caminham para uma aliança sem candidatura própria. No Rio, o PSDB deve participar do projeto de eleição de Cláudio Castro (PL), candidato do partido de Bolsonaro. Com alta rejeição, Doria tem de lidar com o afastamento de candidatos a governador, que tentam desvincular sua imagem do paulista, mesmo que o apoiem, mas de forma protocolar.

 

Vereadores de SP já indicaram R$ 2,5 milhões para o 1º de Maio - O uso de emendas parlamentares para bancar eventos que celebram o Dia do Trabalho, em 1.º de Maio, é prática recorrente em São Paulo nos últimos cinco anos. No período, a Prefeitura liberou R$ 2,5 milhões a pedido de vereadores. Neste ano, foram autorizadas quatro indicações, no valor total de R$ 1,1 milhão. Levantamento feito pelo Estadão com dados oficiais mostra que 17 emendas já foram autorizadas com o objetivo de pagar cachês de artistas, organizar exposições relativas ao tema ou custear serviços relacionados à montagem das estruturas necessárias para os eventos.

 

Bolsonaro e Biden negociam um encontro em junho, nos EUA - O governo do americano Joe Biden acenou com a possibilidade da primeira reunião bilateral com Jair Bolsonaro durante a Cúpula das Américas, em Los Angeles, entre 6 e 10 de junho. Até hoje, os dois presidentes só trocaram cartas, em tom protocolar. Bolsonaro, que torceu pela eleição de Donald Trump, levou dias para cumprimentar o democrata após sua vitória. Diplomatas de alto escalão dos EUA avisaram ao Itamaraty que, se Bolsonaro comparecer à cúpula, há chance de um encontro, algo que poderia ser explorado politicamente por ambos. Bolsonaro conseguiria um verniz externo, e o americano um sinal de que o governo brasileiro não aprofundaria a relação com o russo Vladimir Putin. Bolsonaro ainda não bateu o martelo sobre a viagem a Los Angeles. O Itamaraty entende que o diálogo entre os presidentes seria proveitoso para quebrar o gelo. Diplomatas brasileiros e americanos em Brasília, Washington e Califórnia trabalham nos preparativos. Ninguém duvida, porém, que Bolsonaro possa desprezar o encontro só para fazer média com seu eleitorado mais fiel, identificado com Trump. A Cúpula das Américas é o maior evento de política externa de Biden para a região e vai tratar de ameaças à democracia.

 

Discreto, marqueteiro do PL põe suas digitais na pré-campanha - Explorando questões sociais, Duda Lima assumiu a pré-campanha de Bolsonaro e tem a tarefa de transformar o PL na nova casa da Direita. Com 20 anos de serviço no PL, a publicitário Duda Lima foi convocado, em Brasília, em novembro pelo presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, para uma missão especial. A legenda havia sido escolhida pelo presidente Jair Bolsonaro para concorrer novamente e foi necessário organizar em uma semana o evento de adesão na capital federal. Mais do que isso. Além do presidente, diz-se que o partido abriga uma legião de Bolsonaro. Na prática, a tarefa confiada a Lima era transformar a sigla do Centro marcada pela história de alianças com governos do PT e participação em escândalos de corrupção, como o mensalão, na casa da Nova Direita brasileira. Um profissional de confiança de Valdemar, o publicitário de 48 anos foi responsável pela estratégia do partido neste período de pré-campanha, incluindo a propaganda do partido transmitida no rádio e na televisão. No caso das redes sociais, o presidente já esclareceu que o comando da campanha digital estará novamente com seu filho, o vereador Carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), que atuou em 2018. Na época, Carlos acumulou atritos com profissionais contratados para tocar na área de marketing da campanha.