Apoiadores de Trump invadem Congresso dos EUA

Apoiadores de Trump invadem Congresso dos EUA
 

Apoiadores de Trump invadem Congresso dos EUA

Invasão ocorreu durante sessão de contagem dos votos do Colégio Eleitoral na eleição americana, que deu vitória a Joe Biden. Momentos antes, Donald Trump discursou aos apoiadores afirmando que não aceitaria o resultado eleitoral. Sessão foi suspensa mas deve ser retomada ainda nesta quarta, segundo Nancy Pelosi.

Por G1

 


 

 

Parlamentares e jornalistas que estavam no Capitólio relataram tiros dentro do prédio do Congresso. Segundo relatos da imprensa americana, uma mulher foi baleada e acabou morrendo algum tempo depois.

A sessão foi suspensa, mas a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, disse que seria retomada ainda esta noite. "Decidimos que devemos prosseguir esta noite no Capitólio assim que estiver liberado para uso. O líder Hoyer enviará mais orientações mais tarde hoje," disse.

Militares da Guarda Nacional foram acionados para reforçar a segurança do Capitólio. De acordo com o Pentágono, serão cerca de 1,1 mil soldados enviados a Washington. De acordo com a imprensa americana, 13 pessoas foram presas.

Momentos antes da invasão ao Congresso, Trump disse que marcharia junto com os apoiadores ao Congresso. "Eu estarei com vocês. Vamos andar até o Capitólio e felicitar nossos bravos senadores e congressistas", disse no discurso em que rejeitou, mais uma vez, reconhecer o resultado da eleição. Ele, porém, não foi visto na marcha (veja mais adiante na reportagem).

 

Extremistas a favor de Trump cercam congresso americano — Foto: Reprodução/GloboNews

Extremistas a favor de Trump cercam congresso americano — Foto: Reprodução/GloboNews

O vice-presidente Mike Pence, que presidia a sessão no Congresso, pediu que os invasores deixassem o Capitólio "imediatamente" e disse que os envolvidos sofrerão consequências legais.

 

"Protestos pacíficos estão no direito de todo americano, mas este ataque ao nosso Capitólio não vai ser tolerado", afirmou.

 

Só depois, Trump pediu que os extremistas deixassem o capitólio, em mensagem publicada nas redes sociais.

 

"Vocês têm que ir para casa. Precisamos ter paz, precisamos ter lei e ordem e precisamos respeitar nosso grande pessoal de lei e ordem. Não queremos ninguém ferido", afirmou.

 

Após, mais uma vez, o republicano publicar declarações infundadas de que as eleições foram alvo de fraude, o Twitter removeu as postagens e anunciou o bloqueio da conta de Trump por 12 horas.

Apoiadores de Trump cercam congresso americano

Apoiadores de Trump cercam congresso americano

Extremista a favor de Trump invade Congresso dos EUA — Foto: Reprodução/GloboNews

Extremista a favor de Trump invade Congresso dos EUA — Foto: Reprodução/GloboNews

Veja abaixo um RESUMO da invasão do Congresso dos EUA

 

  • Apoiadores de Trump invadiram o Capitólio para interromper a sessão de contagem de votos do Colégio Eleitoral
  • Invasão aconteceu durante debate sobre objeção aos resultados do Arizona, onde Biden venceu
  • Senadores e deputados foram retirados do local da sessão e levados a uma área segura do prédio
  • O vice-presidente Mike Pence, que presidia a sessão, foi retirado do Capitólio
  • Houve vandalismo, uma porta de vidro foi quebrada e gás lacrimogênio foi disparado pela polícia do Capitólio; guardas foram feridos
  • Em redes sociais, Donald Trump pediu protestos pacíficos e confiança nas forças policiais
  • A prefeita de Washington, Muriel Bowser, declarou toque de recolher na cidade a partir das 18h, por um período de 12 horas

 

 

A invasão ao Congresso

 

Apoiadora de Trump fantasiada como a Estátua da Liberdade protesta diante do Capitólio, em Washington — Foto: Leah Millis/Reuters

Apoiadora de Trump fantasiada como a Estátua da Liberdade protesta diante do Capitólio, em Washington — Foto: Leah Millis/Reuters

A invasão ocorreu enquanto Câmara e Senado debatiam se acatavam ou não uma objeção aos resultados do Arizona — tradicional reduto republicano vencido por Joe Biden na eleição de novembro. Momentos antes, Trump discursou em Washington e afirmou que não aceitaria o resultado eleitoral.

Segundo a imprensa americana, por segurança, senadores e deputados foram colocados em locais seguros dentro do prédio do Capitólio. A emissora NBC diz que o vice-presidente Mike Pence — responsável por presidir a sessão conjunta do Congresso para a contagem dos votos — foi retirado do edifício.

Facções pró-Trump invadem o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021 — Foto: Reprodução/GloboNews

Facções pró-Trump invadem o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021 — Foto: Reprodução/GloboNews

Extremista teve rosto ferido em confronto com a polícia durante invasão do Congresso dos EUA — Foto: Julio Cortez/AP

Extremista teve rosto ferido em confronto com a polícia durante invasão do Congresso dos EUA — Foto: Julio Cortez/AP

Em mensagem nas redes sociais, Trump pediu que os apoiadores protestassem "pacificamente" e que confiassem nas forças de segurança americanas. Entretanto, momentos antes, houve vandalismo e confrontos durante a tentativa de invasão, quando os extremistas pró-Trump conseguiram ultrapassar as barreiras de segurança e entrar no Capitólio.

Por causa dos confrontos, a prefeita de Washington, Muriel Bowser, declarou toque de recolher na cidade a partir das 18h (locais, 20h de Brasília). A medida ficará em vigor por 12 horas. A prefeitura também fechou os centros de testagem para a Covid-19 até amanhã.

 

"Vocês viram imagens de comportamento fora da lei dentro do Congresso dos EUA. Eu peço calma, mas peço que todos fiquem em casa", disse. "Esse comportamento não mais será tolerado; haverá lei e haverá ordem", prometeu a prefeita.

 

Pessoas se deitam no chão e nas escadarias da galeria do Senado dos EUA no momento em que invasores tentam entrar no Capitólio, em Washington — Foto: Andrew Harnik/AP

Pessoas se deitam no chão e nas escadarias da galeria do Senado dos EUA no momento em que invasores tentam entrar no Capitólio, em Washington — Foto: Andrew Harnik/AP

Invasor com bandeira de Trump é visto dentro do Capitólio, perto da Câmara do Senado, durante sessão para ratificar Joe Biden como presidente eleito dos EUA, na quarta-feira (6) — Foto: Win McNamee/Getty Images/AFP

Invasor com bandeira de Trump é visto dentro do Capitólio, perto da Câmara do Senado, durante sessão para ratificar Joe Biden como presidente eleito dos EUA, na quarta-feira (6) — Foto: Win McNamee/Getty Images/AFP

 

Sessão para confirmar resultado de eleições

 

A sessão conjunta no Congresso dos EUA desta quarta-feira deverá certificar a vitória de Joe Biden como novo presidente dos Estados Unidos. Trata-se, costumeiramente, de uma formalidade em que os votos do Colégio Eleitoral são apenas contados pelo vice-presidente aos parlamentares das duas casas. Biden venceu Trump no Colégio Eleitoral por 306 votos contra 232.

Na sessão, é permitido que parlamentares apresentem contestações — ou seja, questionamentos — sobre os resultados nos estados. Se ao menos um parlamentar da casa legislativa diferente do congressista que apresentou o protesto concordar com o pedido, a contagem é interrompida.

Aí, Câmara e Senado debatem se acatam ou não. Para que a objeção seja aprovada, as duas casas devem aprovar o pedido — o que não acontecerá, já que os democratas são maioria na Câmara e Trump não teve apoio mesmo de parlamentares republicanos no Senado, onde liderava.

 

Líderes republicanos rejeitam pressão de Trump

 

Mike Pence, vice-presidente dos EUA, e Mitch McConnell, líder republicano no Senado (acima, de máscara azul claro), chegam à sessão de contagem de votos no Congresso dos EUA nesta quarta-feira (6) — Foto: Andrew Harnik/AP Photo

Mike Pence, vice-presidente dos EUA, e Mitch McConnell, líder republicano no Senado (acima, de máscara azul claro), chegam à sessão de contagem de votos no Congresso dos EUA nesta quarta-feira (6) — Foto: Andrew Harnik/AP Photo

Dois aliados do presidente Donald Trump, o vice-presidente Mike Pence e o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, rejeitaram nesta quarta-feira (6) mudar o resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos vencidas pelo democrata Joe Biden.

Após políticos trumpistas apresentarem uma objeção aos resultados do Arizona — tradicional reduto republicano vencido por Biden em novembro —, o senador McConnell fez duro discurso aos colegas de partido.

"Nós [parlamentares] não podemos simplesmente nos declarar um júri eleitoral com esteroides. Os eleitores, os tribunais e os estados todos falaram. Todos falaram. Se passarmos por cima, vamos danificar nossa República para sempre", afirmou McConnell, que foi um dos principais escudeiros do governo Trump no Congresso.

 

"A eleição não foi nem apertada, na verdade", completou o líder republicano. Pelo Colégio Eleitoral, Biden venceu Trump por 306 votos a 232.

 

Mike Pence durante sessão no Congresso dos EUA para certificar a vitória de Biden nas eleições americanas. — Foto: J. Scott Applewhite/Pool via REUTERS

Mike Pence durante sessão no Congresso dos EUA para certificar a vitória de Biden nas eleições americanas. — Foto: J. Scott Applewhite/Pool via REUTERS

Além disso, Pence afirmou que não tem poder para fazer isso e admitiu que tem papel apenas "cerimonial" na sessão.

 

"Meu juramento em defender e apoiar a Constituição me impede de proclamar uma autoridade unilateral para determinar quais votos devem ser contados e quais não devem ser", admitiu Pence.

 

Entretanto, num aceno à base trumpista, o vice-presidente disse que houve "significantes alegações de irregularidades" e que elas seriam analisadas pelos congressistas. Pence afirmou que acataria a decisão dos parlamentares em votar as objeções, dentro do papel que ele mesmo chamou de "cerimonial".

Após a declaração, Trump criticou o vice-presidente. "Mike Pence não teve coragem de fazer o que era necessário para proteger nosso país e nossa constituição, dando aos estados uma chance de certificar um conjunto corrigido dos fatos, não os fraudulentos e imprecisos que foram certificados anteriormente", escreveu.

INFOGRÁFICO - Invasão do Capitólio em Washington, nos EUA — Foto: Wagner Magalhães/G1

INFOGRÁFICO - Invasão do Capitólio em Washington, nos EUA — Foto: Wagner Magalhães/G1

Veja VÍDEOS da invasão ao Congresso dos EUA