Manchetes dos jornais de domingo – 15/06/2025

Resumo de domingo – 15/06/2025
Edição de Chico Bruno
Manchetes dos jornais de domingo – 15/06/2025
CORREIO BRAZILIENSE – Escalada de uma guerra insana
O ESTADO DE S. PAULO – Israel ataca rede de gás e óleo do Irã, que ameaça alvos ocidentais
O GLOBO – Troca de ataques se intensifica, e Irã trava negociações com EUA por acordo nuclear
FOLHA DE S. PAULO – Lula tem queda e empata com Tarcísio no 2º turno, diz Datafolha
Valor Econômico – Não circula hoje
Destaques de primeiras páginas e fatos mais importantes do dia
Insanos - Israel e Irã voltam a se atacar com drones e mísseis de longo alcance no terceiro dia de conflito. De Teerã, era possível ver os clarões provocados pelas bombas. Enquanto as forças israelenses atuavam para interceptar mísseis e drones lançados do Irã, a Força Aérea de Israel bombardeava alvos militares em Teerã, capital iraniana. O papa Leão XIV demonstrou “grande preocupação” com os ataques e pediu “razão” para não cederem ao que chamou de “fúria cega”. Em uma expansão de sua campanha militar contra o Irã, Israel atacou na tarde deste sábado, 14, a infraestrutura energética do Irã, incluindo refinarias de gás e petroquímicas no sábado. A informação foi divulgada pelo ministério do petróleo do Irã. Em resposta, o Irã lançou uma nova rodada de ataques com mísseis contra Israel, confirmou a mídia estatal iraniana no final do sábado em uma publicação nas redes sociais. Na madrugada de domingo, 15 (no horário de Brasília), os serviços de emergência israelenses informaram a morte de oito pessoas e mais de 100 feridos nos ataques. As conversas que estavam previstas entre Irã e EUA para este domingo, em Omã, foram canceladas, segundo informou o ministro das Relações Exteriores do país. As conversas que estavam previstas entre Irã e EUA para este domingo, em Omã, foram canceladas, segundo informou o ministro das Relações Exteriores do país.
Pesquisas - O presidente Lula (PT) mantém a liderança em primeiro turno sobre os rivais elegíveis na simulação feita pelo Datafolha sobre a eleição do ano que vem, mas perdeu a vantagem que tinha sobre candidaturas à sua direita em uma segunda rodada do pleito, empatando com governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). A evolução aferida pelo instituto ocorreu do início de abril, data da pesquisa anterior, ao levantamento feito na terça (10) e quarta (11) com 2.004 eleitores em 136 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos. Contra todos os rivais em 5 de 6 cenários apresentados, o presidente mantém o mesmo patamar de intenção de voto, flutuando de 36% a 38%. É um dado algo descolado de sua avaliação, feita na mesma pesquisa, que mostrou 28% dos brasileiros o considerando ótimo ou bom. O cenário fica mais nebuloso para as pretensões de Lula quando o Datafolha questiona acerca do segundo turno. Em abril, ele batia elegível Tarcísio por 48% a 39%. Agora, marca um empate de 43% a 42%. Michelle também se aproximou: passou de 38% para 42%, enquanto Lula caiu de 50% para 46%. Já contra os filhos de Bolsonaro, o presidente tem vantagem mais ampla: derrotaria Eduardo por 46% a 38%, e Flávio, por 47% a 38%. Ainda no primeiro turno, pesa o fator rejeição. Não votariam de jeito nenhum em Lula 46%, ante 43% que dizem o mesmo de Bolsonaro. Não votariam de jeito nenhum em Lula 46%, ante 43% que dizem o mesmo de Bolsonaro. A família empata no quesito: 32% dizem não apoiar Eduardo, 31%, Flávio, e 30%, Michelle, enquanto 15% descartaram Tarcísio.
Presos no fogo cruzado - Duas comitivas com autoridades políticas estaduais e municipais brasileiras estão presas em Israel de vido ao confronto do país com o Irã. O grupo foi ao país depois de um convite israelense para participar do Muni Israel — evento destinado a países de língua portuguesa — entre 6 e 20 de junho. A iniciativa é uma parceria entre o Ministério de Relações Exteriores de Israel e o Consórcio Brasil Central. Durante todo o sábado, os brasileiros utilizaram as redes sociais para dizer que estavam bem, seguros e bem atendidos pelas autoridades israelenses, mas que não havia previsão de retorno. O Itamaraty também publicou uma nota aconselhando brasileiros a evitarem viagens para Israel, Jordânia, Iraque, Irã, Líbano, Palestina e Síria. Encontram-se em Israel 18 autoridades de municípios de 11 estados, entre elas o governador de Rondônia, Marcos Rocha; os prefeitos Álvaro Damião (Belo Horizonte), Cícero Lucena (João Pessoa), Johnny Maycon (Nova Friburgo), Nélio Aguiar (Santarém), Vanderlei Pelizer (Uberlândia); e a vice-prefeita Claudia Lira (Goiânia); além dos secretários Pedro Leonardo Rezende (Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás); e Rasível Santos (Secretaria de Saúde de Goiás), e autoridades do Distrito Federal.
Sem retorno - Os secretários de GDF que precisaram se refugiar em um bunker de um hotel, durante um ataque em Tel Aviv, ainda não têm previsão de retorno ao Brasil. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF), que confirmou a informação, as autoridades israelenses se comprometeram a transportar a titular da pasta, Ana Paula Marra, e os demais integrantes da comitiva do Consórcio Brasil Central, para retorno ao Brasil assim que possível. Além de Ana Paula, estão em Israel os secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Costa; de Agricultura, Rafael Bueno; e o secretário-executivo do Consórcio Brasil Central, José Eduardo Pereira Filho. Uma fonte ouvida pelo Correio, hospedada no mesmo hotel em Israel, confirmou que os ataques durante a noite foram intensos. A primeira-dama do DF, Mayara Noronha, também cumpria agenda com o grupo em Israel, mas retornou ao Brasil antes dos bombardeiros de sexta-feira.
“Há relação desigual com o Legislativo” - A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, avalia que há uma correlação de forças “muito desigual” entre os poderes Legislativo e Executivo. Em meio à aprovação, pelo Senado, do PL 2159, que trata da Lei Geral do Licenciamento Ambiental, e do Projeto de Decreto Legislativo 717, que suspendeu a homologação das Terras Indígenas Morro dos Cavalos e Toldo Imbu, ambas em Santa Catarina, ela critica as pautas colocadas em prioridade nas casas legislativas. “O Congresso já tem muito claro quais as pautas ele compra e das quais não abre mão por nada. Meio ambiente e territórios indígenas são exatamente as pautas que eles (congressistas) estão convictos de que querem atropelar”, afirma Sonia ao Correio. Com a proximidade da 30ª Conferência das Nações Uni das sobre Mudança do Clima (COP30), Sonia reafirma a importância da participação dos povos indígenas no evento que ocorrerá em novembro, em Belém. A ministra lembrou que o Acordo de Paris, que completa 10 anos, reconhece a importância dos povos indígenas no enfrentamento das mudanças climáticas e frisa que a chamada Zona Azul — espaço onde vão ocorrer as negociações e os encontros diplomáticos da COP — deve receber mil indígenas do Brasil e de outras partes do mundo. “Nós vamos conseguir, de fato, ampliar a presença originária para que sejamos protagonistas”, diz.
Família em jogo - Fernando Haddad, manteve a artilharia contra o governo Bolsonaro. Afirmou que a administração anterior deixou de arrecadar R$ 40 bilhões, em quatro anos, por meio de subvenção aos jogos on-line. “Tem cabimento um governo que diz que é pela família abrir mão de R$ 40 bilhões de tributo em jogo e deixar de corrigir a tabela do IR e o salário mínimo?”, espetou Haddad.
Na sequência - A crítica de Haddad foi uma sequência da ruidosa audiência em comissão da Câmara, na qual bolsonaristas fizeram muito barulho para criticar a política fiscal do governo Lula. Na ocasião, o chefe da equipe econômica lembrou que o governo Bolsonaro deu calote nos governadores, ao subtrair a arrecadação do ICMS referente à gasolina. O governo anterior deixou de pagar precatórios, empurrando a conta para o presidente Lula. A administração petista pagou as duas contas, ressaltou Haddad.
Comensais - Em jantar com o grupo de advogados Prerrogativas na noite de sexta-feira, em São Paulo, o chefe da equipe econômica comentou as expectativas em relação às negociações sobre o ajuste fiscal. No encontro, considerado “agradável”, o ministro disse que o déficit fiscal não definirá a eleição em 2026 e que a taxação sobre bets deveria ser maior. “Eu acho 18% pouco”, disse.
Vamos conversar - O presidente Lula se reuniu na manhã de ontem com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, no Planalto. Com o ambiente polarizado no Congresso em razão das propostas de ajuste fiscal pela equipe econômica do governo, o encontro é uma tentativa de distensionar a relação entre o Executivo e o Legislativo.
Não tem jeito - É uma maneira, ainda, de ampliar o diálogo com a Câmara e o Senado na construção das propostas — parlamentares se queixam frequentemente de que não são ouvidos pelo Planalto. É improvável, contudo, que a conversa de sábado evite a aprovação da urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) da oposição para sustar o novo decreto.
Plano B - Para o senador e líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB), há outros meios de equilibrar as contas públicas sem aumentar tributos, como almeja o governo. De acordo com o parlamentar, a aprovação do projeto de lei sobre devedor contumaz seria um exemplo. A proposta, da qual ele é relator no Senado, aguarda para entrar na pauta do plenário.
Cegueira - O deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP) se junta ao coro de críticas à proposta do governo de tributar o agro e a construção civil. “Essa tributação sobre LCI e LCA revela a miopia econômica do governo: em vez de estimular o investimento produtivo, decide sufocá-lo. O Brasil precisa de liberdade para crescer, não de mais um freio tributário”, pontua.
Muda tudo - Em paralelo às discussões sobre a reforma administrativa, sob coordenação do deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (Fecomércio/SP) também tem um projeto para tornar o Estado mais eficiente. A lista inclui 15 propostas, como estabilidade apenas em carreiras públicas ameaçadas politicamente; sistemas de avaliação com indicadores pré-definidos; revisão de cargos obsoletos e proibição de privilégios remuneratórios.
Máquina cara - Para a Fecomércio paulista, é preciso enxugar a máquina pública brasileira, que gasta 13,5% do PIB. Esse índice é muito acima da média de 9,3% praticada nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
CPI imprestáveis - Sete meses de trabalho, 150 convocações, apenas 19 pessoas ouvidas, nenhum relatório aprovado. Esse é o saldo da CPI das Bets, que encerrou suas atividades na semana passada. Para frustração da relatora, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), a investigação parlamentar provocou bastante barulho e jogou mais luz a um problema social sério. Mas morreu na praia. Há 10 anos, uma Comissão Parlamentar de Inquérito termina sem a aprovação de um documento. Os apontamentos do colegiado, entre os quais o indiciamento de 16 pessoas, terão efeito prático praticamente nulo, pois não serão encaminhados oficialmente ao Ministério Público Federal. Ainda assim, a relatora Soraya Thronicke pretende alertar diversas autoridades para reforçar o cenário da indústria das apostas. Os motivos para se preocupar são concretos. As bets sugam R$ 30 bilhões das famílias por mês, alertou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. E se tornou um problema grave particularmente para os brasileiros de baixa renda, já penalizados pela inflação alta e pela insegurança alimentar. Ao enterrar a CPI das Bets, o Senado contribuiu para perpetuar essa ameaça.
Lacunas em principal programa de Lula para saúde - Um relatório técnico da consultoria de orçamentos do Senado apontou lacunas na medida provisória que cria o programa Agora Tem Especialistas, principal aposta do governo Lula (PT) para emplacar uma marca forte na saúde. O parecer, concluído em 5 de junho, afirma que faltam metas, objetivos e estudos de impactos orçamentários no texto, após analisar sua compatibilidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e outras normas financeiras. A medida provisória tem efeito imediato, mas ainda precisará ser aprovada pelo Congresso para se tornar uma lei permanente. O Ministério da Saúde diz que a elaboração de nota técnica é um procedimento padrão e que os detalhes serão regulamentados. O programa pretende reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias no SUS. Para isso, uma das principais medidas é encaminhar pacientes a clínicas e hospitais privados, que poderão abater dívidas de impostos federais com os atendimentos.
Manipulação digital - Prática que já vem chamando a atenção de órgãos fiscalizadores desde as últimas eleições, os conteúdos gerados por inteligência artificial ganharam um nível de sofisticação que promete elevar a preocupação a outro patamar em 2026. Especialistas reforçam que vídeos ultrarrealistas, produzidos com imagens manipuladas — como os que circularam recentemente sobre o papel do presidente Lula e de integrantes do governo no escândalo dos descontos indevidos do INSS, ou de anúncio de impostos que nunca existiram e até de uma proposta de Bolsa Família para mães de bebês reborn — têm alto potencial de alterar o resultado de uma eleição. Na Justiça Eleitoral, os processos que mencionam as deepfakes, nos quais se encaixam os conteúdos de desinformação de IA, deram um salto de 2022 para 2024, anos eleitorais — foram três ações no primeiro contra 109 no segundo, de acordo com o Diário Eletrônico da Justiça. Neste ano, já são 51 processos, e a tendência é que esses números se multipliquem até o ano que vem, explica a professora da USP e pesquisadora sobre IA generativa Pollyana Ferreira: — Desde o lançamento do ChatGPT em 2022, vimos um salto na quantidade dessas ferramentas, que também têm ficado mais baratas, transformando o uso desses recursos mais acessível a qualquer cidadão comum. Antes, para produzir um conteúdo falso, era preciso o investimento de muito mais dinheiro, o envolvimento do trabalho de uma pessoa especializada para editar, por exemplo, uma foto em uma capa de uma revista ou jornal. Hoje, nada mais disso é necessário. Outro diferencial, ela explica, é a facilidade com que voz e imagem são geradas e sincronizadas, tornando os conteúdos falsos ainda mais realistas e com maiores chances de viralização. Esse combo está em vídeos que circulam pelo TikTok, como os que usam trechos da fala da jornalista Renata Vasconcellos, âncora do “Jornal Nacional”, para anunciar a falsa descoberta de um quarto secreto do presidente Lula para “guardar o dinheiro roubado dos aposentados”.
Palácio da Alvorada tem tamanho de museu - Localizado às margens do Lago Paranoá, o Alvorada tem 36 mil metros quadrados, área equivalente à do Museu do Amanhã, na Zona Portuária do Rio. Os 7 mil metros quadrados de construção contemplam seis suítes, uma sala de jantar que recebe até 28 pessoas, outra para banquetes com 50 convidados e um cinema com 30 lugares. Hoje há 50 aparelhos de ar-condicionado, segundo um edital de manutenção publicado em 2022. Mas nem sempre foi assim. Era fevereiro de 1986, época de chuvas e altas temperaturas em Brasília. Com uma enorme fachada de vidro, o Alvorada não tinha ar-condicionado, incomum à época. Às vésperas do lançamento do Plano Cruzado, o calor intenso impedia os membros do governo de se reunirem durante o dia, com a luz do sol invadindo as janelas e esquentando as paredes. — Ninguém conseguia ficar nos salões. Era sol de manhã e à tarde. Colocávamos ventiladores, mas não resolvia muito. Fizemos a reunião para definir o Plano Cruzado à noite, já com uma temperatura tolerável — relembra o ex-presidente José Sarney. Para dar conta de tudo, o funcionamento se assemelha ao de um hotel. Os cerca de 40 funcionários se dividem nos cuidados e no atendimento ao casal Luiz Inácio Lula da Silva e Rosângela da Silva, a Janja. O presidente e a primeira-dama são os moradores desde 2023 e vivem uma fase diferente daquela dos mandatos anteriores do petista, quando havia mais convites para encontros que iam madrugada adentro com comida e bebida. Além do convívio mais próximo, os aliados sentem falta também da área de lazer, que tem bar, churrasqueira e uma piscina de 50 metros de comprimento e 18 de largura, pouco menor que as dimensões olímpicas.
Pontuação de Ratinho, anima projeto de Kassab - A cerca de um ano e meio das eleições de 2026, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), apareceu empatado com o presidente Lula em uma das simulações de segundo turno da pesquisa Quaest, divulgada no último dia 5. O resultado animou o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, que tem reforçado a ideia de lançar uma candidatura própria, caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não concorra ao Palácio do Planalto. O paranaense é visto como o primeiro da fila no partido, com o governador gaúcho, Eduardo Leite, colocando-se como alternativa.
Formação de um palanque em SP vira nó para o PT - O PT enfrenta dificuldades para formar um palanque competitivo em São Paulo devido à fragilidade do apoio de partidos aliados como PSD e MDB, que mantêm proximidade com o governo de Tarcísio de Freitas, potencial adversário em 2026. A candidatura de Fernando Haddad ao governo é vista como a melhor opção para impulsionar Lula, apesar das previsões pessimistas. A indecisão sobre os candidatos ao governo e ao Senado também complica a estratégia petista.