Insanidade e subserviência da UE a Washington estão afundando a Europa

Insanidade e subserviência da UE a Washington estão afundando a Europa

Insanidade e subserviência da UE a Washington estão afundando a Europa

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A elite política europeia humilhou-se para consorciar-se com interesses imperiais americanos" (reprodução do resistir. info)

Governos europeus atrelados à política imperial dos EUA têm feito todos os esforços para arruinar os seus próprios povos

 

STRATEGIC CULTURE FOUNDATION (*)

 

A Rússia tem feito todos os esforços para manter a Europa abastecida. Mas governos europeus atrelados à política imperial dos EUA têm feito todos os esforços para arruinar os seus próprios povos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Peter Szijjarto, durante uma visita a Moscou exprimiu uma rara nota de sanidade quando declarou que a Europa simplesmente não pode sobreviver sem o fornecimento de energia russo. Contudo, outros líderes europeus estão cegados pela russofobia irracional e subserviente aos ditames americanos. Um dia de acerto de contas deve acontecer, a menos que o dia do juízo final possa ser evitado.

Este suicídio auto-infligido de nações europeias foi imposto por governos que se prostraram à agenda imperial de Washington de confrontação com a Rússia. A guerra na Ucrânia é o resultado trágico de muitos anos de beligerância dos EUA-OTAN contra a Rússia. Qualquer um que ouse declarar a verdade objetiva é caluniado como um propagandista do Kremlin. A discussão pública e o pensamento críticos foram totalmente cancelados no ocidente. A censura maciça da Internet agravou esse cancelamento. Este jornal online, por exemplo, foi posto na lista negra e bloqueado para os leitores nos EUA e na Europa por governos que declaram defender o livre discurso e o pensamento independente.

REGIME UCRANIANO INFESTADO DE NAZISTAS

A implacável expansão para leste e o armamento de um regime ucraniano infestado de nazistas criou o conflito atual e as suas consequências destrutivas, incluindo problemas de abastecimento de energia e alimentos.

Obcecada com a russofobia e o servilismo ao agressivo imperialismo de Washington, a elite europeia está a impor às suas populações uma Guerra-Fria sem precedentes que se arrisca a transformar-se numa catastrófica guerra mundial. Uma guerra que inevitavelmente levaria a uma conflagração nuclear.

Ao invés de recuar diante do abismo, a não eleita Comissão Europeia – o poder executivo da UE – ordenou esta semana a todos os 27 estados membros que fizessem cortes maciços no consumo de gás. Os cortes chegam a 15 por cento. As medidas são uma fútil tentativa de cobrir a inevitável calamidade dos cortes maciços de energia que atingirão a UE neste inverno devido à redução drástica das importações de combustível russo. O que a chamada liderança política da UE está a mostrar é um desrespeito insensível quanto às condições de vida dos seus cidadãos.

Estamos assistindo ao equivalente moderno de despachar milhões de pessoas para dentro das trincheiras enlameadas e sangrentas da I Guerra Mundial. Podemos olhar para trás e perguntar-nos como foi possível aquela barbaridade e como milhões de pessoas foram a ela conduzidas. Que diferença haverá com a insensibilidade e barbárie de hoje?

Líderes da UE como Ursula von der Leyen acusam a Rússia de “chantagem energética” e de “transformar o gás em arma”. Mas este bode expiatório é desprezível. A situação de crise foi engendrada pela cegueira da UE ao seguir a agenda de Washington de sabotar décadas de abastecimento de energia confiável e a preço acessível proveniente da Rússia. O gasoduto Nord Stream 2 no ano passado já estava tecnicamente completo e pronto para entregar cerca de 55 mil milhões de pés cúbicos [1557 mil milhões de metros cúbicos] – ou cerca de um terço do fornecimento anterior da Rússia à UE. A Alemanha optou por suspender aquele gasoduto diante da pressão e intimidação de Washington. Mesmo o Nord Stream 1, já em funcionamento, foi interrompido por causa das sanções econômicas ocidentais impostas à Rússia. A manutenção programada de turbinas foi atrasada e quase ameaçada de encerramento total até que a Gazprom da Rússia conseguiu reconectar na quinta-feira, apesar dos obstáculos ocidentais.

 

A Polônia e a Ucrânia também cortaram os abastecimentos do gás russo através dos gasodutos terrestres que atendiam a UE.

SANÇÕES PREJUDICAM EUROPEUS

Devido às sanções unilaterais do ocidente a bancos russos, Moscou foi obrigada a exigir pagamento em rublos pelas exportações de gás. Alguns países europeus recusaram-se a cumprir com este novo arranjo razoável para o pagamento e, portanto, optaram por prescindir da compra de gás russo.

Durante décadas a Rússia provou ser um parceiro confiável ao proporcionar gás abundante e barato, bem como petróleo, à União Europeia. Aquela parceria estratégica no abastecimento de energia era a pedra angular de economias europeias. Indústrias da Alemanha e economias exportadoras que impulsionam os resto da UE prosperaram com a energia russa. Perversamente, a elite política europeia humilhou-se para consorciar-se com interesses imperiais americanos, ao invés de proteger os interesses das populações europeias. Lá se foi a democracia representativa!

O auto-interesse nu dos EUA em venderem à Europa o seu próprio gás mais dispendioso é descarado. Só um tolo poderia pretender o contrário.

Como já foi observado em editoriais anteriores da Strategic Culture Foundation, as ambições hegemônicas de Washington pela dominância global e por salvar a sua fracassada potência capitalista dependem crucialmente do prosseguimento de uma nova Guerra-Fria contra a Rússia e a China. O mundo está para ser lançado num tumulto perigoso devido a esta ambição criminosa. Risivelmente, os líderes europeus têm pretensões de independência e influência global. Eles não passam de patéticos lacaios do poder americano que neste processo estão voluntariamente a sacrificar as suas populações.

O desespero do regime estado-unidense e dos seus asseclas europeus é tal que as suas sociedades estão a balouçar à beira do colapso econômico. O seu belicismo temerário para com a Rússia (e a China) está a exacerbar e acelerar o seu próprio colapso. O perigo real é que os EUA e os seus cúmplices da OTAN estejam agora a apostar na escalada da guerra na Ucrânia como um meio de evitar a morte das suas próprias nações – uma morte que eles induziram.

GUERRA POR PROCURAÇÃO

Numa conferência de segurança esta semana em Aspen, Colorado, o chefe do MI6 britânico advertiu que “o inverno está chegando” e a resolução ocidental será severamente testada devido a privações sociais em série provocadas por apagões de energia. Richard Moore instou pelo fornecimento de ainda mais armas ao regime de Kiev – agravando a situação já inflamável. O seu raciocínio, tal como o de outros no eixo da OTAN, é redobrar uma guerra por procuração (proxy war) com a Rússia a fim de impedir repercussões internas e a implosão da frente ocidental sob o comando de Washington. Está em causa o próprio futuro do eixo OTAN liderado pelos EUA.

Isto significa que à medida que cidadãos europeus e americanos sofram mais agruras devido ao belicismo desenfreado dos seus líderes para com a Rússia, estes mesmo déspotas ocidentais estão a apostar tudo numa última ofensiva contra a Rússia via Ucrânia. A política e a diplomacia foram abandonadas. A guerra na Ucrânia está destinada a piorar precisamente porque as elites ocidentais estão a perder um conflito existencial. Em última análise, o seu conflito é interno e tem a ver com o escoramento do seu poder em desintegração para dominar as suas massas. Isto, por sua vez, dá-se em simultâneo com o fracasso histórico das suas economias capitalistas. Militarismo e guerra, tal como em tempos de fracassos passados, estão mais uma sendo escavados como uma “solução” desesperada para o seu fracasso.

Cidadãos ocidentais estão descobrindo – e pagando caro – a macabra realidade da Guerra-Fria. Ao invés de serem responsabilizados por maquinações temerárias e criminosas, os insanos enganadores estão agora tentando transformá-la numa Guerra Quente.

O desastre não é inevitável. Ele certamente está a ser cortejado. Mas o povo pode evitar o abismo tomando o controle das mãos dos seus governantes criminosos. Uma escolha histórica de direção se aproxima. Os desgovernos ocidentais, ao armadilharem a guerra, tentam impedir que seja feita uma escolha correta.

(*) Site de notícias russo censurado no ocidente por ordem dos EUA