Guilherme, filho de Sigmaringa Seixas, pode vir a presidir o PT-DF

Brasília - DF, Distrito Federal, Política & Partidos, Representação Política
Guilherme, filho de Sigmaringa Seixas, pode vir a presidir o PT-DF
Data: 14/04/2025Autor: Chico Sant'Anna3 Comentários

Três nomes são citados como potenciais candidatos à presidência do Partido dos Trabahadores em Brasília: Antônio Sabino, Rejane Pitanga e Guilherme Seixas. Lideranças internas avaliam que pela trajetória e simbologia política do pai, o advogado Sigmaringa Seixas (à esquerda), e pela necessidade de abrir espaço a novas lideranças, o filho, Guilherme Seixas, seria o mais qualificado.
Por Chico Sant’Anna
Filho do advogado e ex-deputado Sigmaringa Seixas, Guilherme Seixas, poderá vir a presidir o diretório regional do PT, no Distrito Federal. Três nomes – Antônio Sabino e Rejane Pitanga também estão na roda – estão circulando nos debates internos da legenda, mas é possível que ainda essa semana o nome de Guilherme ganhe musculatura com o apoio de diferentes tendências internas. Sigmaringa Seixas foi constituinte e amigo muito próximo do presidente Lula da Silva.
Assim como o diretório nacional do Partido dos Trabalhadores, o PT do Distrito Federal, legenda com a maior quantidade de filiados na cidade, se encaminha para a eleição de uma nova direção – no dia 6 de julho. O partido ainda está dividido e sem um nome que congregue todas as tendências internas e, por isso, as negociações tem caminhado na busca desse nome, um que traga menos arestas internas. Tendências que estão nacionalmente divididas já dão sinais de que aqui em Brasília poderão se unir em torno do nome de Guilherme Seixas, que em 2022 coordenou a campanha ao Senado da professora Rosilene Corrêa.
A eleição é estratégica, pois os eleitos comandarão o partido nas eleições de 2026 e, portanto, terão força para definir políticas e estratégias eleitorais. Diferentemente do diretório nacional, onde já se apresentaram vários candidatos, o cenário em Brasília é ainda nebuloso. Apenas nos bastidores há informações de potenciais candidatos. A eleição é pelo voto direto. Ao todo, 67.886 filiados serão convocados às urnas, mas a única certeza até agora, é que o atual presidente Jacy Afonso, não deve ser candidato.
Nacionalmente, segundo o presidente nacional do partido, senador Humberto Costa (PT-PE), até o presente momento, se apresentaram como candidatos à presidência da legenda o deputado federal Rui Falcão (SP); o atual secretário de Relações Internacionais do partido Romênio Pereira; o historiador e membro do Diretório Nacional do PT, Valter Pomar; o prefeito da cidade de Maricá (RJ) e vice-presidente da sigla, Washington Quaquá e o ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva, tido como favorito do presidente Lula da Silva para dirigir o partido.
Já em Brasília, o que mais se tem é especulação de nomes, mas nada formalizado. Tanto que uma comissão representando a Executiva Regional do Partido dos Trabalhadores esteve com Humberto Costa para apresentar o cenário candango. O senador participará da próxima reunião do Diretório Regional, que contará ainda com a presença dos quatro parlamentares do DF, um federal e três distritais. “Para a Comissão, é fundamental estabelecer uma sintonia fina entre os encaminhamentos do PT-DF, a Direção Nacional e o Governo Federal. Também foi informada a articulação que vem sendo construída entre o PT, PCdoB, PV, PSOL, Rede, PSB, PDT e Cidadania” – informou uma nota oficial do PT-DF.
O atual presidente, Jacy Afonso, foi eleito no cenário da pandemia por meio de um congresso partidário e teve sua eleição assegurada em decorrência de um amplo acordo de tendências e lideranças que reuniu Chico Vigilante, Erika Kokay, Arlete Sampaio, Maria Laura, Gabriel Magno e Rosilene Corrêa, dentre outros expoentes petistas. Essa costura estava dando sinais de não se repetir novamente, mas o nome de Guilherme Seixas pode reunificar as lideranças.

Candidatos
Agora, o voto é direto, na urna. Sem um clima de união, de consenso, Jacy não se habilitou a disputar a reeleição e, para não haver vácuo no seio da principal tendência interna, foi dada a ordem para se encontrar um novo líder. Inicialmente, foram cogitados nomes como o da ex-presidente do sindicato dos Professores, Rosilene Corrêa; e do distrital Chico Vigilante, mas ambos declinaram da candidatura. Mais recentemente se colocaram na disputa a ex-distrital e ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT/DF), Rejane Pitanga, que já postou nas redes sociais estar disponível para a missão; o ex-administrador de Taguatinga, Antônio Sabino, e Guilherme Seixas, filho do ex-deputado Sigmaringa Seixas, mas nenhum nome está formalmente colocado e outros nomes poderão ainda surgir.
Alguns ceteranos caciques do PT-DF comentam, contudo, que nenhum desses nomes, cogitados até aqui, une as forças dentro do PT, que na opinião deles, nunca esteve tão dividido quanto agora. Jacy Afonso disse a essa coluna que não irá comentar as eleições do PT. Erika Kokai considera Guilherme “um excelente nome para presidir o PT-DF”. Já Arlete Sampaio e Geraldo Magela não comentaram.
Rejane Pitanga é quadro da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), que lidera nacionalmente as tendências dentro do Partido dos Trabalhadores (PT). Em tese, teria mais apoio, só que na cidade o CNB, por ora, se apresenta dividido. Comenta-se que nem Jacy Afonso nem Chico Vigilante a apoiariam. Antônio Sabino lidera no DF o Bloco Popular e de Base (BPB), organização política interna da sigla, só lançou seu nome após a desistência de Vigilante. Guilherme Seixas, seria uma indicação da corrente Articulação, a mesma de Jacy Afonso. Jovem e com um sobrenome de peso, Guilherme poderá vir a ser o elo da união partidária, ou pelo menos reunir a maior quantidade de tendências internas.

Novos filiados
O nível de aguerrimento das eleições no DF já se fez visível, a partir da entrada de novos filiados. De outubro de 2024, a fevereiro desse ano, pelo menos quatro mil novos filiados ingressaram no partido, o que demonstra o esforço das diversas tendências internas na busca por maior musculatura. A futura direção será constituída proporcionalmente aos votos que cada tendência conquistar. Além disso, a eleição interna do PT chama a atenção pela quantidade de votantes. Sem sombra de dúvidas, o maior quantitativo de filiados de todas as legendas locais. Segundo dados do TRE-DF, 15% do total de cidadãos vinculados a partidos políticos no DF, têm a carteirinha do PT.
Os dados internos de filiados ao PT-DF são ainda maiores do que aqueles oficialmente lançados no TRE-DF. Lá constam 32.039. Segundo a direção local, a diferença para os 67.886 filiados constantes na base de dados do partido, se deve a atrasos no lançamento on-line dos filiados. De qualquer maneira, tanto pelos dados do partido, quanto pelos do TRE, o Partido dos Trabalhadores é a maior agremiação política da Capital Federal. Depois dele, estão MDB, de Ibaneis Rocha, 25.641 filiados; PSDB, 18.379; PP, de Celina Leão, 17.106; União Brasil, 15. 566; Podemos, 15,329; e o PL, com 12.035 filiados. Ao todo, 209.757 eleitores candangos possuem alguma filiação partidária.
No computo geral, Ceilândia é a região administrativa com o maior contingente de filiados: 9.315 pessoas. Em seguida, despontam Planaltina, 6.641; Samambaia, 5.641; Taguatinga, 5.463; Gama, 4.359; e Plano Piloto, 4.199.
Frente Progressista
A expectativa é que a articulação Unidade na Luta, a maior internamente, e que tem o atual presidente, apresente o nome de Guilherme Seixas, na expectativa que se viabilize uma unidade interna e que permita aos novos dirigentes costurar a sucessão ao Buriti com outras legendas.
Dessa eleição interna, depende o êxito da costura de uma frente progressista, que enfrente os candidatos da direita. Por enquanto, o único nome pré-definido é o da deputada Erika Kokai, que será lançada ao Senado, possivelmente, em dobradinha com Leila do Vôlei (PDT). Demais partidos poderiam indicar dois suplentes para cada vaga. O ex-deputado Geraldo Magela tenta mais uma vez ser o escolhido como candidato ao GDF. Em 2022, teve seu nome preterido em favor de Leandro Grass (PV). Leandro não abandonou o projeto. Outro nome aventado é do distrital Chico Vigilante, mas o mais provável é que ele saia candidato a Federal, garantindo um assento ao PT-DF na Câmara dos Deputados. Sem um grande nome ao GDF, é possível que o PT venha novamente apoiar um candidato de fora da sigla.
Aí, os holofotes começam a iluminar nomes que já estão se colocando na raia, como o caso do socialista Ricardo Cappelli, ex-interventor na secretaria de Segurança, por ocasião do vandalismo de 8 de janeiro de 2024. Cappelli, que conta com o apoio do ex-governador Rodrigo Rollemberg, tem percorrido todas as cidades do DF, fincando moradia por uma semana em cada uma delas para melhor conhecer o campo e se fazer conhecido pelos eleitores locais. A estratégia deve estar dando resultado, pois tem sido grande o volume de críticas a pessoa dele, com adjetivo tais como “paraquedista” ou “estrangeiro”, principalmente nos blogs aquinhoados com a publicidade do governo local.