Governo Petro propõe expulsão do embaixador de Israel da Colômbia

Governo Petro propõe expulsão do embaixador de Israel da Colômbia

Governo Petro propõe expulsão do embaixador de Israel da Colômbia

"Peça pelo menos desculpas e vá embora", disse o chanceler colombiano ao homólogo israelense

 

Presidente da Colômbia, Gustavo Petro Presidente da Colômbia, Gustavo Petro (Foto: REUTERS/Nathalia Angarita) 

Governo Petro propõe expulsão do embaixador de Israel da Colômbia · Ouvir artigo

 

247 - Depois de uma semana de conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza, o presidente Gustavo Petro finalmente se pronunciou, rebatendo as demandas do governo israelense e dos Estados Unidos em busca de aliança. Ele afirmou que não apoia genocídios, prometeu enviar ajuda humanitária para Gaza e destacou que "o presidente da Colômbia não deve ser alvo de insultos".

Essas declarações não foram bem recebidas por Israel, que anunciou ter convocado a embaixadora da Colômbia em Israel, Margarita Manjarrez, para uma "conversa de repreensão". Isso foi comunicado por Lior Haiat, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel. "Por instrução do ministro das Relações Exteriores Eli Cohen, o subdiretor-geral para a América Latina no Ministério das Relações Exteriores de Israel, Emb. Jonathan Peled, convocou a embaixadora da Colômbia em Israel, Margarita Manjarrez, para uma conversa de repreensão, devido às declarações hostis e antissemitas do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, contra o Estado de Israel, durante a última semana (...) como primeira medida, Israel decidiu interromper as exportações de segurança para a Colômbia".

Dessa forma, o governo do país do Oriente Médio suspendeu o envio de munições e armamentos para a Colômbia, que é uma fonte significativa de armas utilizadas pelas Forças Armadas colombianas. Isso inclui rifles Galil, aviões Kfir, sistemas de defesa antiaérea, tanques, radares, drones, mísseis do tipo Spike usados em helicópteros Harpy, veículos blindados, munições, morteiros e sistemas marítimos, entre outros.

O presidente Petro já estava considerando essa medida e a compartilhou em suas redes sociais: "se for necessário suspender as relações exteriores com Israel, as suspenderemos", e concluiu: "não apoiamos genocídios".

Horas depois, o ministro das Relações Exteriores, Álvaro Leyva, que até então também não havia se pronunciado sobre a crise, apareceu para apoiar Petro. "Gustavo Petro, presidente da Colômbia, merece respeito. Autor da Doutrina da Paz Total para seu país e para o mundo, busca uma solução definitiva para Israel e Palestina com base em uma visão histórica. Isso não se destrói com insultos ou sujeira intelectual. Eles estão errados".

Da mesma forma que as declarações do presidente, as palavras do ministro também desencadearam uma variedade de comentários nas redes sociais. Alguns expressam apoio à posição, enquanto outros manifestam oposição em relação ao que isso poderia implicar para o país, como a possibilidade de romper relações com Israel e, possivelmente, gerar tensões com os Estados Unidos.

Álvaro Leyva ainda insinuou a expulsão do embaixador de Israel na Colômbia, Gali Dagan. "A história da diplomacia universal registrará como marco a arrogância insensata do embaixador israelense na Colômbia para com Gustavo Petro, presidente da República. Vergonha. Peça pelo menos desculpas e vá embora".