Fiocruz avisou governo Bolsonaro sobre peixes contaminados por mercúrio

Fiocruz avisou governo Bolsonaro sobre peixes contaminados por mercúrio

Fiocruz avisou governo Bolsonaro sobre peixes contaminados por mercúrio

Segundo pesquisadores ouvidos pelo Metrópoles, governo ignorou alerta. Contaminação pode ser 32 vezes maior que limite seguro para crianças

Augusto Tenório

 

Margem do Rio Branco, em Roraima

Publicada em julho de 2022, uma nota técnica da Fundação Oswaldo Cruz alertou que consumidores de peixes oriundos da Bacia do Rio Branco, em Roraima, estão sob risco de adoecer devido à contaminação por mercúrio. O estado é o foco da crise humanitária envolvendo os Yanomamis e o garimpo ilegal na terra indígena. Segundo pesquisadores da Fiocruz ouvidos pelo Metrópoles, tanto o governo Bolsonaro quanto o governo do estado ignoraram o alerta.

De acordo com o documento, a ingestão de metilmercúrio – um dos representantes dos compostos orgânicos de mercúrio, com alta toxidade – por crianças menores de 5 anos pode ser 32 vezes superior aos limites seguros estabelecidos pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU). A substância é bastante utilizada no garimpo de ouro, atividade que avançou sobre a Terra Indígena Yanomami (TIY), conforme o último relatório da Hutukara Associação Yanomami (HAY).

O estudo analisou peixes oriundos de quatro pontos da Bacia do Rio Branco: o Baixo Rio Branco; Baixo Rio Mucajaí, afluente da margem direita do Rio Branco; Rio Branco na cidade de Boa Vista, capital de Roraima; e Rio Uraricoera, no município de Amajari.