Exército orientou Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro, a usar farda na CPI dos Atos Golpistas.

Exército orientou Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro, a usar farda na CPI dos Atos Golpistas.

 

Exército orientou Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro, a usar farda na CPI dos Atos Golpistas.

Exército diz entender que militar foi convocado para falar de temas ligados à sua função na corporação. Orientado por advogados, Mauro Cid não respondeu às perguntas da comissão.

Por Isabela Camargo e Mateus Rodrigues, GloboNews e g1 — Brasília

 


Mauro Cid durante depoimento na CPI dos Atos Golpistas — Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Mauro Cid durante depoimento na CPI dos Atos Golpistas — Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

 

O Exército informou nesta terça-feira (11) que partiu da corporação a orientação para que o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, a usar farda na sessão desta terça da CPI dos Atos Golpistas.

Mauro Cid chegou ao Congresso pouco antes das 9h, usando farda completa e sob forte escolta. Após fazer uma exposição inicial na CPI, disse que não responderia às perguntas dos deputados e senadores por orientação de seus advogados.

 

"O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Tenente-Coronel Mauro César Barbosa Cid foi orientado pelo Comando do Exército a comparecer fardado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), pelo entendimento de que o militar da ativa foi convocado para tratar de temas referentes à função para a qual fora designado pela Força", diz o comunicado do Exército.

 

Mauro Cid fica em silêncio na CPI dos Atos Golpistas

Mauro Cid fica em silêncio na CPI dos Atos Golpistas

Mais cedo, o g1 mostrou que, além da orientação do Exército, Mauro Cid insistiu com a família e com advogados para ir fardado à CPI dos Atos Golpistas.

A intenção era reforçar que ele é um militar – e, portanto, deve lealdade a seus superiores – e passar uma suposta imagem de seriedade e respeito.

Braço direito de Jair Bolsonaro na Presidência da República, Cid foi questionado pelos parlamentares sobre o conteúdo encontrado no celular dele com teor golpista.

 

Direito de ficar em silêncio

 

Os requerimentos que levaram Mauro Cid a prestar o depoimento desta terça-feira o colocaram tanto na condição de testemunha quanto na condição de investigado.

Há diferença nessas duas condições porque:

 

  • se for como testemunha: é obrigado a responder a todos os questionamentos;
  • se for como investigado: pode ficar em silêncio para não produzir prova contra si.

 

Diante disso, a defesa do militar pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele não fosse obrigado a comparecer à comissão.

Ao analisar o pedido, a ministra Cármen Lúcia decidiu que Cid tem a obrigação de comparecer à CPI, mas pode ficar calado para não se autoincriminar. Na prática, no entanto, o militar se calou frente a todos os questionamentos.

Mauro Cid fica em silêncio na CPI dos Atos Golpistas

Mais cedo, o g1 mostrou que, além da orientação do Exército, Mauro Cid insistiu com a família e com advogados para ir fardado à CPI dos Atos Golpistas.

A intenção era reforçar que ele é um militar – e, portanto, deve lealdade a seus superiores – e passar uma suposta imagem de seriedade e respeito.

Braço direito de Jair Bolsonaro na Presidência da República, Cid foi questionado pelos parlamentares sobre o conteúdo encontrado no celular dele com teor golpista.

 

Direito de ficar em silêncio

 

Os requerimentos que levaram Mauro Cid a prestar o depoimento desta terça-feira o colocaram tanto na condição de testemunha quanto na condição de investigado.

Há diferença nessas duas condições porque:

 

  • se for como testemunha: é obrigado a responder a todos os questionamentos;
  • se for como investigado: pode ficar em silêncio para não produzir prova contra si.

 

Diante disso, a defesa do militar pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele não fosse obrigado a comparecer à comissão.

Ao analisar o pedido, a ministra Cármen Lúcia decidiu que Cid tem a obrigação de comparecer à CPI, mas pode ficar calado para não se autoincriminar. Na prática, no entanto, o militar se calou frente a todos os questionamentos.