“A Petrobrás é temida por sua competência tecnológica”, afirma Fernando Siqueira

“A Petrobrás é temida por sua competência tecnológica”, afirma Fernando Siqueira

“A Petrobrás é temida por sua competência tecnológica”, afirma Fernando Siqueira

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Fernando Siqueira, vice-presidente da Aepet (Foto: reprodução)

O ex-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET) fez uma radiografia dos entreguistas e traidores do Brasil. Sabotaram a nossa estatal em benefício das multinacionais, denunciou

O engenheiro e dirigente sindical Fernando Siqueira, vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), afirmou, em entrevista ao programa Latitude Brasil, da Tele Sur/TVT, que a estatal brasileira “é temida por sua competência tecnológica”.

DESMONTE

O líder dos engenheiros da Petrobrás, um dos maiores conhecedores sobre tecnologias de exploração de petróleo e gás e sobre as disputas geopolíticas do setor, destacou que os setores entreguistas não se conformam com a retomada das atividades da estatal. Em sua opinião, elas haviam sido desmontadas nos últimos anos. “A mídia hegemônica combate qualquer iniciativa da Petrobrás em garantir para o Brasil a autossuficiência no refino”, disse ele.

“Eles atacam a Petrobrás porque os EUA estão numa insegurança energética muito grande, com uma reserva de 40 bilhões de barris e consome 8 bilhões por ano e querem o pré-sal para aliviar essa imensa insegurança”, explicou Fernando. “Eles querem a Petrobrás sem os ativos desnecessários, mas com seu conhecimento técnico, a melhor empresa no conhecimento de exploração em águas profundas”, acrescentou o engenheiro da Aepet.

EUA COBIÇA O PRÉ-SAL

“Como os EUA cobiçam o pré-sal, a mídia submissa do país acompanha as críticas feitas pelo imperialismo aos avanços da Petrobrás e à retomada do refino interno”, prosseguiu Siqueira. “A retomada da refinaria Abreu e Lima é fundamental para que o Brasil volte a ter autossuficiência no refino e na produção dos derivados de petróleo”, destacou o especialista.

“Nós produzimos mais de três milhões de barris por dia de petróleo, a capacidade de refino é de dois milhões de barris e estamos importando mais de um milhão de barris de derivados”, observou Fernando. “Quer dizer, nós estamos exportando produtos sem valor agregado, gerando emprego no exterior e importando combustíveis, principalmente dos estados Unidos. O refinador americano aumentou a exportação de diesel para o Brasil, mais do que dobrou essa exportação”, denunciou.

REFINAR INTERNAMENTE

 

O engenheiro defendeu uma maior produção interna de derivados de petróleo e reduzir as importações. ”Se nós tivéssemos o segundo trem de produção na refinaria, nós poderíamos não só aumentar a nossa capacidade de refino, mas também melhorar a quantidade de diesel produzido no país e, com isso, aliviar a necessidade de importação de derivados”, apontou Fernando Siqueira.

Para Siqueira, os ataques à Petrobrás e as tentativas de inviabilizá-la, apesar de terem nascido desde a sua criação, na década de 1950, se intensificaram com a chegada da praga neoliberal da década de 1990. Depós que Fernando Henrique voltou de sua viagem aos EUA foi eleito presidente, ele fez as reformas na Constituição.

“A primeira mudança foi acabar com a diferença entre empresas nacionais e empresas estrangeiras instaladas no país. Ele igualou as duas”, apontou Siqueira. “Nas mineradoras, por exemplo, onde o capital estrangeiro só podia ter 49% das ações, ele acabou com isso. Ou seja, Fernando Henrique escancarou o subsolo brasileiro para as empresas multinacionais”, denunciou o engenheiro da Petrobrás. “Ele vendeu a Vale do Rio Doce por três bilhões de reais, ela valia mais de R$120 bilhões”, destacou.

ENTREGUISMO DESVAIRADO

Fernando Siqueira seguiu fazendo uma radiografia do entreguismo dos neoliberais de plantão naquela ocasião. “Ele [ FHC] quebrou o monopólio da navegação de cabotagem, permitindo que empresas estrangeiras entrassem nos nosso rios para escoar nossa produção. Quebrou o monopólio das telecomunicações e vendeu a Telebrás”, apontou. “Fez um ‘saneamento’, ou seja, gastou R$ 20 bilhões, e vendeu a empresa por R$ 13 bilhões. Privatizou tudo e acabou com o centro de pesquisas de Campinas. Então, as telecomunicações foram totalmente entregues”, denunciou Fernando.

Siqueira lembrou que foi quebrado o monopólio do gás canalizado. “E o genro dele vendeu em São Paulo, a Comgás, a maior distribuidora do país, por um preço irrisório”, denunciou. El lembrou também que o governo “impediu que a Petrobrás entrasse no leilão para entregar o setor para a Shell”.

OBJETIVO É SE APODERAR DA PETROBRÁS

Ele acrescentou que a Emenda Constitucional número 9, sobre o artigo 177 da Constituição, “permitiu que empresas privadas estrangeiras também participassem do monopólio do petróleo, que era estatal, ou seja, da União, e executada pela Petrobrás”. Siqueira ainda acrescentou que FHC “entregou a propriedade do petróleo explorado para as empresas operadoras, ou seja, quebrou o monopólio estatal do petróleo”. Segundo o engenheiro, “nesta época a mídia entreguista fez uma campanha sórdida contra a Petrobrás”.