A greve contra a privatização da Eletrobrás
A partir desta terça-feira (15), os 12 mil trabalhadores da Eletrobras entrarão em greve por 72 horas.
A greve contra a privatização da Eletrobras
Por Altamiro Borges
A partir desta terça-feira (15), os 12 mil trabalhadores da Eletrobras entrarão em greve por 72 horas. A paralisação é uma resposta unitária e nacional à decisão do Senado de votar às pressas a Medida Provisória (MP-1031) do governo federal, que prevê a privatização da estratégica empresa estatal.
O protesto também é contra o descumprimento do acordo coletivo da categoria e às demissões de dirigentes sindicais. Segundo Nailor Gato, vice-presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), “a população não será prejudicada pela nossa luta. Mas é necessário entender que a soberania nacional está em jogo, que haverá aumentos de preços, caso a Eletrobras seja privatizada, e que serão os consumidores que pagarão por tudo isso”.
Segundo nota da entidade, a greve não afetará o sistema. “A não troca de turnos entre os trabalhadores que atuam no campo prejudicará apenas o atendimento de manutenção preventiva e o programado. Cerca de 70% dos trabalhadores da Eletrobras atuam na manutenção e operação do sistema. ‘Caso haja alguma emergência, o comando de greve será acionado para analisar e deliberar se será preciso enviar trabalhadores para efetuarem o conserto’, diz Nailor Gato”.
Um atentado à soberania nacional
Já para a Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), a MP-1031 é um projeto com um único objetivo de beneficiar os rentistas e empresários que sustentam o laranjal bolsonariano. “Os trabalhadores da Eletrobras querem é o mínimo de bom senso e respeito ao povo brasileiro. Fazemos um apelo aos senadores para que tenham espírito republicano e responsabilidade com uma pauta de um setor tão estratégico para o país”, afirma Paulo de Tarso, presidente da CNU.
A medida provisória da privatização já foi aprovada pela Câmara dos Deputados. Ela tem até o dia 22 de junho para ser aprovada também pelo Senado. Caso contrário, o texto caducará e perderá seus efeitos. A princípio, a MP está agendada para ser votada nesta quarta-feira (16). A greve nacional será um grito de protesto contra esse crime de lesa-pátria e necessita do apoio de todos os setores que defendem a soberania e o desenvolvimento do país.