Jornais de domingo 03-09-2023

Jornais de domingo 03-09-2023

Edição de Chico Bruno 

Jornais de domingo 03-09-2023

 

Valor Econômico – Não circula aos sábados, domingos e feriados

 

FOLHA DE S.PAULO – Violência é o maior problema na cidade de SP, diz Datafolha

 

O GLOBO – 23 horas e uma vida

 

CORREIO BRAZILIENSE – Os caminhos para destravar o trânsito

 

O ESTADO DE S.PAULO – Congresso ignora austeridade e articula mais verba para partidos

 

Destaques de primeiras páginas, fatos e bastidores mais importantes do dia

 

Problemão em Sampa - A violência tornou-se o principal problema da cidade de São Paulo, na opinião dos moradores. É a primeira vez em 11 anos que o tema da segurança preocupa mais paulistanos do que o atendimento de saúde, que costumava liderar a lista de problemas da capital, mostra pesquisa Datafolha. O levantamento indica quais temas podem pautar o debate eleitoral em 2024, quando a próxima gestão da prefeitura será eleita. Segurança, saúde e transporte coletivo aparecem como as principais preocupações da população. Foram entrevistadas 1.092 pessoas no município, nos dias 29 e 30 de agosto, e a margem margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Comparada com a última vez em que a pesquisa foi feita, em 2020, a preocupação com a violência na capital paulista cresceu dez pontos percentuais, de 12% para 22%. Já a percepção sobre os serviços de saúde na cidade melhorou: 23% dos entrevistados diziam que a saúde era o principal problema de São Paulo há três anos —quando o país estava no meio da pandemia— , e agora são 16%. Em seguida, foram citados problemas no transporte coletivo (por 8% dos entrevistado), nas escolas e creches (6%), buracos nas calçadas e no asfalto (6%) e problemas na limpeza e coleta de lixo (5%). Habitação e a quantidade de moradores de rua são citados, cada um, por 4% dos entrevistados. As respostas a essa pergunta na pesquisa são espontâneas, ou seja, não há uma lista prévia de assuntos para que o entrevistado escolha. A preocupação com segurança é maior entre moradores do centro, onde 32% dizem que esse é o maior problema da cidade. Apesar disso, a violência está no topo da lista de reclamações dos moradores de todas as regiões: na zona sul (25%), oeste (24%), norte (22%) e leste (19%). É no centro que a cidade enfrenta alguns de seus piores desafios de segurança. A aglomeração de usuários de drogas que frequenta a cracolândia cresceu entre abril e julho, e eles se dispersaram por uma área mais ampla da região no último ano. 

 

Transplante - Na semana em que o mais simbólica intervenção cirúrgica no corpo humano virou pauta nacional, pela comoção com o caso de Fastão, O GLOBO acompanhou um caso de transplante de coração feito no Incor, do Hospital das Clínicas da USP. O passo a passo de todo o processo, desde que o alerta sobre um novo órgão disponível chega ao plantonista no núcleo de transplantes até a conclusão da cirugia, revela uma complexa e emocionante cadeia de logística e precisão. No caso relatado pela repórter Elisa Martins e pela fotógrafa Maria Isabel Oliveira, foram 23 horas entre a confirmação da morte do doador e uma nova vida salva.  

 

Caminhos do DF - Com mais de 2,8 milhões de habitantes, a terceira maior cidade do país, marcada pela modernidade, pelas avenidas largas e pelos espaços livres, enfrenta hoje desafios monumentais de mobilidade. A Brasília dos carros é exagerada: são 2 milhões de veículos disputando espaço e provocando congestionamentos diários, do norte ao sul da cidade. Há metrô e 2,8 mil ônibus no sistema de transporte, mas especialistas alertam que é preciso muito mais. O Correio inicia série de reportagens para mostrar os problemas e também soluções. Em jogo, a dificuldade de a população se locomover traz dilemas em todas as áreas, da economia à saúde dos brasilienses. 

 

Querem mais - Parlamentares se movimentam para garantir um "reforço" para o chamado fundo eleitoral, destinado a financiar campanhas, que em 2022 alcançou o recorde de R$ 4,9 bilhões. O Congresso trabalha com um valor próximo de R$ 5,5 bilhões para as legendas, bem distante dos R$ 939,4 milhõesprevistos pelo governo no Projeto de Lei Orçamentário de 2024, encaminhado semana passada. O valor do fundo eleitoral ainda se somará, no ano que vem, ao do fundo partidário, destinado ao custeio das siglas, previsto em R$ 1,2 bilhão. Paralelamente, avança a proposta de emenda à Constituição que anistia legendas e políticos que cometeram crimes eleitorais entre 2015 e 2022.

[3/9 09:17] Celso Tesoureiro Ppl Sp: RESUMO DE DOMINGO, 03/09/2023 - 2ª parte

 

Vai ser difícil fechar a conta - O relator da reforma tributária, senador Eduardo Braga (MDB-AM), tem recebido representantes de diversos segmentos do setor de serviços preocupados com a perspectiva de aumento de impostos, que vai bater direto no bolso do consumidor final. A próxima leva será de empresas de saneamento, que elaboram estudos e projeções sobre quanto vai custar a conta da água dos brasileiros em todas as faixas de renda. Sendo este um componente estratégico, que mede inclusive o desenvolvimento humano dos países, a aposta é de que não terá como deixar de atender essa área. Em tempo: Eduardo Braga terá que fazer escolhas, porque até donos de funerárias já o procuraram, pedindo para serem incluídos entre aqueles beneficiários na área de saúde. Se atender a todos, a conta não vai fechar.

 

Vem chumbo grosso - Quem conhece os trâmites da Polícia Federal não tem dúvidas de que o tenente-coronel Mauro Cid deu todos os detalhes aos investigadores. “Ninguém depõe por dez horas se não for para esclarecer tudo nos mínimos detalhes.” O diálogo do “está tudo documentado”, encontrado no celular dele é apenas o começo do que o ex-ajudante de ordens teve que confirmar à PF.

 

Separe as estações - O bloqueio de bens do ministro de Comunicações, Juscelino Filho, não dever atrasar a reforma ministerial. Até porque a minirreforma não envolve o União Brasil, partido de Juscelino, nem a pasta que o deputado ocupa. A ideia é, ainda esta semana, anunciar a nova composição com o PP e o Republicanos.

 

Base ampla - O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, planeja eleger mais de 200 prefeitos aliados, distribuídos em vários partidos. É o primeiro passo para a pré-campanha presidencial que deve ser lançada logo depois da eleição municipal.

 

Bolsonaro e Trump nas redes - Ainda que cercados por denúncias diversas, entre as quais a de tentativa de fraude em eleição, Jair Bolsonaro e Donald Trump seguem influentes nas redes e no marketing digital. Ambos continuam falando diretamente com seus públicos e apoiadores, nichos que os seguem desde suas campanhas eleitorais. Não é novidade que o movimento político da direita é mais engajado e explora as redes em maiores dimensões, ainda que utilizem postagens para reverberação de fake news e até de divulgação de atos ilegais, como a invasão dos prédios dos Três Poderes no 8 de janeiro, em Brasília. Muitos deles foram até identificados e processados no Supremo Tribunal Federal (STF) por essa “autopromoção”. Mesmo longe do poder, mas não do noticiário negativo, Jair Bolsonaro e Donald Trump exercem influência nas redes sociais e no marketing digital. Os dois chegaram ao cargo máximo em seus países muito graças às inserções nas plataformas digitais. Ou quase exclusivamente por esses canais. Levantamento feito para o Correio pela empresa Ativaweb, especialista em dados das redes, mostra que Bolsonaro e Trump movimentam mais o Twitter, Facebook, Instagram e outras plataformas do que Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden. “Trump e Bolsonaro se destacaram por se conectarem diretamente com seus eleitores e apoiadores pelas plataformas digitais, moldando o discurso público, mobilizando bases de apoio e amplificando suas mensagens políticas. Essa abordagem digital atrai atenção e engajamento, mesmo após deixarem seus respectivos cargos”, explica o publicitário Alek Maracajá, CEO da Ativaweb. As análises levaram em consideração os dados de agosto de 2023. O perfil de Bolsonaro é o que tem o maior número de seguidores, aproximadamente 25,1 milhões de perfis. Já o de Trump, em segundo, registra 23 milhões de perfis. Os atuais presidentes despontam depois: Joe Biden, com 17,4 milhões e, por último, Lula, que registra 13 milhões de seguidores. “Os dois, Trump e Bolsonaro, adotam estratégias de engajamento que aproveitam as características únicas das redes sociais. Eles frequentemente utilizam declarações provocadoras, memes, vídeos curtos e hashtags para atrair a atenção e estimular a discussão, o que resulta em um alcance maior e em uma presença digital proeminente”, diz Maracajá. Consideradas as 10 últimas postagens de cada um, no fim de agosto, os ex-presidentes de Brasil e Estados Unidos mostram mais vigor. Trump teve uma média de 316 mil curtidas por post e 9,6 mil comentários. Bolsonaro, na frente, obteve em média 322 mil curtidas e 14 mil comentários. Nesses quesitos, Biden e Lula também patinam, se comparados com seus antecessores. O presidente brasileiro tem uma média de curtidas bem inferior, de 48 mil, e 2,4 mil comentários para cada publicação. Já o presidente norte-americano tem uma média de 43 mil curtidas e 2,5 mil comentários em média. 

 

Após ação da PF, Lula irá manter Juscelino - Envolto em uma negociação de abertura de espaço para o Centrão na Esplanada dos Ministérios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até o momento, tem ignorado as acusações que cercam o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Não está no radar do presidente “fritar” o ministro, mesmo após a operação da Polícia Federal da última sexta-feira, que alcançou em cheio seu auxiliar. Juscelino teve seus bens bloqueados pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele e outros novos suspeitos. A irmã do ministro, a prefeita Luanna Resende, de Vitorino Freire (MA), foi afastada do cargo. A investigação da PF trata de emendas do ministro, quando estava no seu mandato, na Câmara. Ele é deputado federal pelo União Brasil, reeleito pelo Maranhão. Recursos dessas emendas de Juscelino financiaram obras da empresa Contruservice, contratada pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), concluiu a investigação. Barroso negou pedido da PF de busca e apreensão contra o ministro. Este não é o primeiro episódio negativo que o ministro protagoniza no governo. Ele já foi alvo da acusação de usar avião da FAB para compromissos particulares em São Paulo, onde participou de um leilão de cavalo. Lula o segurou no cargo, após pressão do Centrão e de seu partido. O presidente não o conhecia até anunciá-lo como ministro das Comunicações, ainda na transição, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), no fim de dezembro, e precisou ler seu nome num papel. Lula está decidido a não demitir Juscelino, o que não significa que não esteja acompanhando o caso. O ministro da Justiça, Flávio Dino, tem abastecido o presidente com informações sobre a investigação. O presidente está preocupado neste momento em fechar a costura que vai levar representantes do Republicanos e do PP para seu ministério. Os nomes já foram até anunciados pelo ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, e os contemplados com as pastas são os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). Falta definir que áreas assumirão. Outro fator que irá manter Juscelino no cargo, por enquanto, é a intrincada relação de Lula com o líder do União, o deputado Elmar Nascimento (BA), que já deu declarações de não ter como ser da base do governo e que deputado quer mesmo é emenda liberada. 

 

Mais Médicos atinge 18,5 mil profissionais em atuação - Seis meses depois de ter sido recriado pelo governo federal, o programa Mais Médicos alcançou 18,5 mil profissionais em atuação na atenção primária à saúde, número recorde, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A quase totalidade dos integrantes são médicos brasileiros formados no Brasil, seguidos de brasileiros formados no exterior. O recorde anterior, 18,2 mil médicos, havia sido registrado em 2015, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Na ocasião os médicos cubanos representavam mais de 60% do total. De acordo com a Saúde, cerca de 13 mil médicos ocuparam vagas abertas em 2023 durante a gestão da ministra Nísia Trindade. O programa atualmente atende cerca de 4.000 municípios. A reformulação feita pelo governo incluiu um bônus de R$ 120 mil para quem permanecer por 48 meses nas cidades de mais alta vulnerabilidade. Em junho, o governo anunciou mais 10 mil vagas, com prioridade para municípios com maior fragilidade.

 

Governo reestrutura conselho do Iphan - O governo Lula oficializou nesta quinta-feira (31) a reestruturação do conselho consultivo do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), ampliando de 23 para 30 o número de membros e dando 15 assentos a representantes da sociedade civil com conhecimento na área de atuação do órgão. O conselho consultivo do Iphan é responsável por opinar sobre questões relacionadas ao patrimônio cultural, tombamento de bens culturais materiais e registro de bens culturais imateriais, além de dar aval à saída temporária do país de bens acautelados pela União. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o órgão ficou quase dois anos sem se reunir. O decreto de reestruturação determina que o conselho se reunirá quatro vezes ao ano. Há ainda possibilidade de convocação extraordinária, desde que por solicitação de pelo menos metade dos integrantes. 

 

Políticos pressionam e devem conseguir manter voos de Brasília para Santos Dumont - Os voos ligando os aeroportos de Santos Dumont (RJ) e Brasília (DF) não devem ser afetados pelas restrições que entrarão em vigor em janeiro com o objetivo de incrementar as operações do menos atrativo aeroporto internacional do Galeão, também localizado na capital fluminense. Isso se dará não por uma razão técnica, mas por pressão política capitaneada, entre outros, pelo governador Cláudio Castro (PL), o prefeito Eduardo Paes (PSD) e parte da bancada de parlamentares do estado. No dia 10 de agosto, o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, assinou ao lado de Paes e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resolução que restringe os voos no Santos Dumont a partir de 2 de janeiro de 2024, vetando as rotas que o ligam a aeroportos internacionais, como Guarulhos e Confins, e todas as outras que extrapolem a distância máxima de 400 km. Por essas regras, a rota Santos Dumont-Brasília ficaria extinta a partir de janeiro, por estar enquadrada nos dois critérios: o aeroporto de Brasília é internacional e a distância é de cerca de 900 km, mais do que o dobro do limite de 400 km. As negociações políticas em torno da tentativa de reavivar a movimentação no Galeão, porém, já incluíam desde o início um acordo tácito para que a rota SDU-BSB (os códigos aeroportuários do Santos Dumont e do Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília) fosse mantida, como única exceção.