Guedes revela plano econômico de Bolsonaro: congelar salário mínimo e aposentadorias

Ministro da Economia explica plano para “refundar as contas públicas”, caso Bolsonaro seja reeleito:

Guedes revela plano econômico de Bolsonaro: congelar salário mínimo e aposentadorias

Guedes revela plano econômico de Bolsonaro: congelar salário mínimo e aposentadorias

Guedes revela plano econômico de Bolsonaro: congelar salário mínimo e aposentadorias

Publicado em 21/10/2022

Ministro da Economia explica plano para “refundar as contas públicas”, caso Bolsonaro seja reeleito:

mudar o índice de inflação que corrige os salários e benefícios previdenciários, para congelar os valores

Nem picanha, nem cerveja. É assim que o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer que os brasileiros mais pobres vivam para sempre. Esse é o plano do governo de Jair Bolsonaro (PL), caso seja reeleito presidente da República, no próximo dia 30.

O trabalhador, a trabalhadora e os aposentados e pensionistas que ganham um salário mínimo por mês e já estão sofrendo o aperto provocado pela decisão do governo Bolsonaro de acabar com a Política de Valorização do Salário Mínimo criada pelos governos do PT,  receberam outra péssima notícia nesta quinta-feira (20).

O governo Bolsonaro prepara mais um ataque: o congelamento do valor do salário mínimo a partir do ano que vem. Foi isso o que disse Paulo Guedes, que já zombou várias vezes do sonho dos pobres de voltar a tomar cerveja e fazer um churrasquinho nos fins de semana, como faziam quando Lula (PT) era presidente do Brasil.

Segundo Guedes, o governo vai apresentar logo após o resultado do segundo turno das eleições, no próximo dia 30, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para que os salários, aposentadorias e benefícios, como, por exemplo, o seguro desemprego, sejam congelados, ou seja, não tenham sequer a reposição da inflação, o que derrubará ainda mais o poder de compra de milhões de brasileiros e brasileiras que, hoje, já têm dificuldades até para comprar comida.

A revelação é do jornal Folha de São Paulo, que teve acesso ao texto da proposta de Guedes. Segundo a reportagem, o ministro da Economia prepara “um ambicioso plano para refundar as contas públicas no país”, uma espécie de “marco fiscal” para os assalariados, aposentados e pensionistas.

Numa época em que o grupo alimentação e bebidas acumula inflação de 9,54% no ano, de janeiro a setembro – na maior alta para os nove primeiros meses do ano, desde 1994 – os reajustes dos salários praticamente congelados podem levar à mais fome. Hoje metade da população brasileira, 125 milhões de pessoas não comem as três refeições diárias necessárias para manter uma boa saúde. Outros 33,1 milhões passam literalmente fome.
Dieese explica a estratégia do governo

Para praticamente zerar os reajustes, o governo Bolsonaro quer mudar o índice que calcula a inflação. A ideia de Guedes é passar a usar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado para famílias que ganham até 40 salários mínimos, que costuma ser menor do que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), este último usado para calcular os reajustes do salário mínimo, aposentadorias, pensões e benefícios, que sempre é maior.

Para se ter uma ideia da dimensão da mudança, o INPC de 2021 teve alta de 10,16%, percentual usado na atualização do salário mínimo para R$ 1.212. Caso apenas a meta de inflação de 2022 fosse aplicada, a elevação seria de 3,5%. Se a opção fosse pela expectativa do início do ano para o IPCA em 2022, o reajuste seria de 5,03%, exemplificou o jornal.

Caso isso aconteça os prejuízos para os trabalhadores e beneficiários da Previdência Social serão enormes, diz Clemente Ganz Lúcio, assessor das Centrais Sindicais e ex-diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
“O que Guedes quer é o arrocho do aposentadoria e salários para manter o teto de gastos públicos, reduzindo os gastos do governo, que não teve capacidade de fazer uma reforma tributária para que os ricos paguem mais impostos, e que já cortou tudo o que podia, especialmente, das áreas da saúde e educação, com um brutal desinvestimento”, complementa.

O Teto de Gastos Públicos foi criado por uma PEC em 2016 pelo governo golpista de Michel Temer, que congelou os investimentos por 20 anos. Isto quer dizer que o governo não pode investir nenhum centavo acima da inflação.

“O que em tese, seria benéfico para manter o equilíbrio das contas públicas, num país como o Brasil com alta taxa de juros, só beneficia os rentistas, é um custo perverso e brutal de transferência de renda dos assalariados para os rentistas”, afirma.

Fonte:FUP