Bolsonaristas foragidos desafiam Justiça e pedem dinheiro em lives

Bolsonaristas foragidos desafiam Justiça e pedem dinheiro em lives

Bolsonaristas foragidos desafiam Justiça e pedem dinheiro em lives

Publicado por

 Augusto de Sousa

 

Apoie o DCM

Esdras Jonatas dos Santos e José Renato Gasparim Junior em live no Instagram. Foto: reprodução

Logo após a condenação do primeiro réu envolvido nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), bolsonaristas foragidos da Justiça realizaram uma transmissão ao vivo no Instagram, na qual pediram doações por meio do sistema Pix e o apoio dos internautas para auxiliar na fuga de outros procurados por financiamento dos atos considerados terroristas. A live contou com a participação de Esdras Jonatas dos Santos, José Renato Gasparim Junior e Oswaldo Eustáquio Filho.

A transmissão ao vivo começou no perfil de Esdras Jonatas dos Santos, um dos envolvidos nos atos de janeiro, conhecido por sua participação em um acampamento desmontado pela Guarda Civil de Belo Horizonte. Esdras tem um mandado de prisão aberto contra ele desde fevereiro de 2023. “Estou com uma criança aqui, Renato. Estamos passando por lutas. Estamos vivendo de dólar. Aqui não tem documento para trabalho. Quando eu arrumo trabalho de faxina, me mandam embora, porque sabem que estou sendo procurado pela autoridade brasileira”, disse Esdras.

Na live, ele convidou o político José Renato Gasparim Junior, também foragido desde o final de janeiro, quando teve prisão decretada, e o blogueiro e jornalista Oswaldo Eustáquio Filho, que teve prisão preventiva expedida pelo ministro Alexandre de Moraes do STF.

Durante a conversa, os participantes fizeram apelos por apoio financeiro através do Pix e pediram que os internautas intercedessem em favor da fuga de outros procurados que tentaram entrar no Paraguai, como Rieny Munhoz Marçula Teixeira, que foi posteriormente presa pela Polícia Federal.

“Se ela [Rieny] chegar e for deportada, acabou, meus amigos. Não têm Pix que resolva. […] O que eu vou pedir para vocês agora… Renato Gasparim, você é um dos maiores articuladores que eu conheço. Presta atenção, cacete, porque você pode ajudar muito. Alguém escreve aí o arroba do Santiago Peña, presidente do Paraguai. Depois, todo mundo que está nessa live, mil pessoas, vá no perfil do Santiago e escreva: ‘Não deixe entregar os brasileiros. Isso foi uma armação'”, pediu Oswaldo em vão. Rieny e outros dois bolsonaristas presos no Paraguai já foram para a Papuda.

 

José Renato Gasparim Junior e Esdras Jonatas dos Santos mostraram insatisfação com a falta de apoio de deputados e senadores de direita no Brasil e criticaram políticos que, segundo eles, ignoraram suas mensagens.

Segundo o advogado criminalista Maurício Reis, em entrevista ao Metrópoles, a fuga em si não configura crime, mas ajudar foragidos pode ser considerado uma violação da lei. Especificamente, pedir apoio para que outros indivíduos escapem da responsabilidade penal é uma ação que pode ser interpretada como obstrução da Justiça.

Oswaldo Eustáquio Filho argumentou que tem o direito à liberdade de expressão e afirmou ainda ser “um refugiado político, com garantias legais no Paraguai”. E continuou: “Isso me faz um cidadão com direito de ir e vir, estudar, tirar carteira de habilitação, ter conta em banco; portanto, posso falar onde eu quiser. Tenho sido alvo constante de censura prévia pela Suprema Corte, de forma ilegal e rasgando a nossa Carta Magna. Nem nos tempos do regime militar, nem no temido AI-5. Não se impõe censura tão terrível e sombria a um jornalista profissional diplomado como fazem comigo”.

Em outro momento, o blogueiro foragido Oswaldo Eustáquio divulgou um vídeo pedindo ajuda e dizendo que seus colegas bolsonaristas foram presos no Paraguai. Desesperado, ele disse que pode estar sendo caçado por policiais e pede que seus seguidores façam doações via Pix para ele alimentar sua família.

 

 

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link