Hipócrita não entra no céu...Desembargadora defende no STJ que Crivella volte a ser preso

A desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, que havia determinado a prisão de Marcelo Crivella (Republicanos), enviou oficio de 11 páginas ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) defendendo a volta do prefeito afastado do Rio de janeiro para a prisão.

Hipócrita não entra no céu...Desembargadora defende no STJ que Crivella volte a ser preso

Desembargadora defende no STJ que Crivella volte a ser preso

Fala em “provas abundantes”

E chance de burlar restrições

Crivella cumpre prisão domiciliar em seu condomínio na Barra da Tijuca, zona oeste do RioFernando Frazão/Agência Brasil


27.dez.2020 (domingo) - 9h49

A desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, que havia determinado a prisão de Marcelo Crivella (Republicanos), enviou oficio de 11 páginas ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) defendendo a volta do prefeito afastado do Rio de janeiro para a prisão. Crivella está em prisão domiciliar desde 4ª feira (23.dez.2020), quando o presidente do STJ, Humberto Martins, considerou não haver motivo para manter o político na cadeia.

No documento enviado ao presidente da Corte, a desembargadora explica as razões que a levaram a determinar a prisão preventiva de Crivella. Em um dos trechos, a magistrada declara que as provas documentais são “abundantes” e  que os indícios de ligação dele com esquema de corrupção na Prefeitura do Rio são mais do que suficientes.

A desembargadora afirma também que o prefeito já teve atitudes que demonstraram sua intenção de obstruir a coleta de provas, citando o episódio em que Marcelo Crivella entregou ao oficial de Justiça um aparelho celular de outra pessoa afirmando ser seu. Ela também cita que o prefeito já burlou uma vez a ordem de busca e apreensão, usando “expediente maliciosamente planejado”.

Além disso, a desembargadora disse estar preocupada com a possibilidade de Crivella desrespeitar a proibição ao uso de celular e ter acesso à internet. Argumenta que o prefeito vai ter contato com familiares em sua casa e que, ocasionalmente, eles podem ceder seus dispositivos a ele. “Sem contar a possibilidade de entrega por meio de delivery, dentre tantas hipóteses possíveis”, acrescenta a desembargadora.

DECISÃO DO STJ

Quando determinou a prisão domiciliar de Crivella, o ministro Humberto Martins destacou em um dos trechos de sua decisão que o prefeito integra o grupo de risco para a covid-19. No ofício enviado a pedido de Martins, a desembargadora afirma que não há nenhum caso de contaminação registrado em Bangu 8, onde Crivella ficaria preso, e por isso não via perigo para a integridade física dele.

A decisão do ministro é liminar e deverá ser analisada por uma das turmas do STJ após o recesso do Judiciário, que encerra em 31 de janeiro. Esse documento apresentado ao presidente do STJ pode ser levado em conta pelos demais ministros da Corte no momento em que julgarem o caso.

A PRISÃO

A prisão de Crivella aconteceu na última 3ª feira (22.dez.2020) em um desdobramento da operação Hades, que apura um suposto “QG da Propina” na prefeitura do Rio de Janeiro. Ele nega irregularidades.